As chuvas que atingem o Espírito Santo e Minas Gerais já mataram 32 pessoas neste mês, segundo balanços da Defesa Civil. Ao todo, 72 municípios se encontram em estado de emergência ou calamidade. A morte de um homem, em Colatina (ES), nesta quarta-feira (25), elevou para 15 o número de vítimas o Espírito Santo. Em Minas Gerais, onde 24 municípios decretaram estado de calamidade, foi contabilizada a morte de um garoto de sete anos, a 17ª vítima das chuvas.
No Espírito Santo, há informações de que mais dois corpos foram encontrados na manhã de hoje. Outros três moradores de Colatina estão desaparecidos, mas a Defesa Civil Estadual ainda não confirmou os dados. O governo estadual decretou situação de emergência ou estado de calamidade em 48 das 78 cidades capixabas.
A maioria das mortes (8) ocorreu em Itaguaçu onde, ontem (24), a Defesa Civil estadual chegou a comunicar indevidamente um óbito a mais – informação corrigida ao longo do dia. Três vítimas fatais são de Colatina; duas de Baixo Guandu; uma de Nova Venécia e uma de Domingos Martins.
Até ontem, os estragos causados pelas chuvas já haviam obrigado 49.886 capixabas a deixarem suas casas. Desses, 5.300 tiveram que ir para abrigos. Outros 44.586 foram acolhidos por parentes ou amigos. As próprias autoridades estaduais, no entanto, reconhecem que os números podem ser maiores, pois a dificuldade de acesso às regiões mais afetadas tem dificultado o socorro e o diagnóstico preciso da situação.
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Muitas cidades estão isoladas, sem comunicação, água potável e energia elétrica. Em Vila Velha e Serra, duas das cidades da Região Metropolitana da Grande Vitória que a presidenta Dilma Rousseff sobrevoou ontem, há bairros inteiramente alagados, com ruas intransitáveis e barragens prestes a transbordar.
A estimativa é que cerca de 20 mil quilômetros de estradas tenham sido destruídas ou danificadas. Esta manhã, o Rio Doce transbordou próximo à cidade de Linhares, bloqueando o tráfego de veículos entre os quilômetros 150 e 155 da BR-101.
PublicidadeA Defesa Civil estadual pediu o apoio de pessoas que possuam barcos leves a fim de socorrer as vítimas das enchentes. Voluntários podem procurar informações nas unidades do Corpo de Bombeiros das cidades afetadas.
As perdas da agricultura e pecuária são grandes e, em todo o estado, comércio, indústria e serviços foram prejudicados. O governo estadual abriu linhas de crédito especiais para as vítimas das chuvas. Após sobrevoar algumas das áreas afetadas, a presidenta Dilma anunciou que o governo federal dará todo apoio financeiro para recuperar o estado. Dilma também garantiu mobilização para ajudar no pronto atendimento das vítimas e R$ 600 milhões para obras de prevenção no Espírito Santo.
“Em casos como este, aqui no Espírito Santo, o trabalho dos Ministérios, nesse momento inicial, é salvar vidas e garantir abrigo às pessoas que necessitam. Além das iniciativas emergenciais já anunciadas para assistência à população afetada, o governo federal tem o investimento de R$ 600 milhões em obras de prevenção”, afirmou Dilma.
O Ministério da Saúde está enviando remédios e profissionais da Força Nacional e do Sistema Único de Saúde (SUS) para atender à população. Os 129 profissionais do Programa Mais Médicos que já atuavam em 19 cidades capixabas foram orientados a priorizar o atendimento em atenção básica, principalmente entre pacientes gestantes, hipertensos, diabéticos, crianças com menos de um ano e pessoas em tratamento renal e contra câncer. O ministério também ofereceu 2 toneladas de medicamentos e insumos para atender cerca de 15 mil pessoas por mês. Entre os materiais enviados, estão 20 mil frascos de hipoclorito de sódio – composto químico usado na desinfecção de água potável para garantir a qualidade do líquido consumido pela população.
Minas Gerais
Um menino de sete anos de idade foi incluído na lista de mortos em razão das chuvas que atingem vários municípios de Minas Gerais. Desaparecido desde 17 de dezembro, a criança é a 17ª vítima incluída em relatório da Defesa Civil do estado divulgado nesta quarta-feira (25).
A casa do menino, na zona rural de Sardoá, foi soterrada pelo deslizamento de uma encosta. Morreram mais cinco pessoas da família. Sardoá tem 5.718 habitantes e fica na região do Rio Doce, próximo a Governador Valadares, a 326 quilômetros de Belo Horizonte.
Os dados mostram que 24 municípios mineiros decretaram estado de emergência em decorrência das chuvas que vêm causando alagamentos, inundações e deslizamentos de terra. Segundo a Defesa Civil, mais 53 cidades foram atingidas pelas chuvas, totalizando 77 municípios afetados.
A quantidade de pessoas desalojadas subiu para 3.410 e o de desabrigados, 744. Os dois números superam em cinco vezes os registrados no boletim da manhã de ontem. Mais de 6 mil casas foram danificadas e 67 destruídas, assim como 41 obras de infraestrutura.
Na manhã de ontem, um comerciante de 48 anos morreu ao ser soterrado após o deslizamento de um barranco, em Itabira, na região central de Minas, a 111 quilômetros de Belo Horizonte. De acordo com a Defesa Civil, Joel Rosário da Silva foi soterrado dentro do restaurante de sua propriedade pela terra que desceu de um barranco.
A Defesa Civil informou que a previsão para o dia de Natal é de céu parcialmente nublado, com possibilidades de chuva no Triângulo Mineiro, Oeste e Sul de Minas. Nos demais locais, o dia é de céu nublado com chuvas de intensidade moderada a forte a qualquer momento. Na bacia do Rio Sapucaí, pode ocorrer chuvas, assim como na bacia do Rio Doce, onde o tempo é instável.
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