Adriano Belisário, da Agência Pública
A partir de dados da Autoridade Pública Olímpica (APO) sobre os projetos relacionados aos Jogos, a Pública levantou as empreiteiras responsáveis por cada empreendimento. Revezando-se em diversos consórcios, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e a Carioca Christiani Nielsen participam de projetos que somam R$ 28,5 bilhões dos R$ 31,2 bilhões calculados pela APO. O mesmo seleto grupo de empreiteiras é investigado na Lava Jato por cartel para obras da Petrobras.
Embora o prefeito Eduardo Paes enfatize a origem privada de boa parte dos investimentos na Olimpíada, pesquisadores apontam distorções no cálculo desses números. No caso da PPP do Parque Olímpico, por exemplo, o R$ 1,15 bilhão de “investimentos privados” corresponde a R$ 850 milhões em terras públicas privatizadas e R$ 300 milhões do aumento de gabarito para construção de prédios na região, benefício também cedido pela prefeitura.
“Também na Vila dos Atletas, a APO calcula o valor da terra privada e o empréstimo da Caixa como recursos privados. Não há coerência na metodologia. Por que isso? Porque, se os recursos são privados, não é necessário realizar o debate público sobre o investimento”, critica Renato Cosentino. Pesquisadora da PPP do Porto Maravilha, Mariana Werneck afirma que, “além de tratar dinheiro do FGTS como investimento privado, eles continuam colocando o Porto Maravilha – que nada mais tem a ver com os Jogos – dentro do cálculo, para aumentar a conta da iniciativa privada”.
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