O governador interino do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS) é o novo governador do Tocantins, para mandato-tampão de cinco meses. Ele poderá concorrer ao cargo novamente nas eleições de outubro. Com mais de 90% das urnas apuradas, o governador interino já tinha superado Vicentinho Alves (PR) numericamente. Ele deve assumir o governo até o dia 9 de julho, e cumprirá o mandato como até 31 de dezembro.
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Carlesse somava cerca 350 mil votos, seguido apenas pelo número de abstenções, que ultrapassava 340 mil. Os números oficiais ainda não foram divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) até a publicação deste texto. A abstenção já tinha sido recorde no primeiro turno, quando mais de 300 mil eleitores deixaram de registrar seus votos, um percentual equivalente ao número de votos obtidos por Carlesse naquele dia.
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No primeiro turno Carlese obteve 30,3% dos votos, enquanto Vicentinho ficou com 22,2%. Entre os demais candidatos, Carlos Amastha (PSB) alcançou 21,4%, Kátia Abreu (PDT) 15,6% e Márlon Reis (Rede), chegou a 9,9%.
Carlesse foi eleito deputado estadual pelo PTB em 2014. Já Vicentinho é senador pelo estado desde 2011. O político ficou em terceiro lugar nas eleições de 2010, mas assumiu uma cadeira no Senado com a cassação de Marcelo Miranda (MDB) naquele pleito. Ele foi prefeito de Porto Nacional, deputado estadual, governador e deputado federal.
Busca e apreensão
PublicidadeHá 10 dias, em 14 de junho, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de buscas no Palácio Araguaia, sede do governo do tocantinense. A operação foi realizada por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A Corte eleitoral do estado investiga se Carlesse, como governador interino, teria liberado emendas parlamentares a poucos dias do primeiro turno das eleições suplementares.
A operação teve origem em uma denúncia da coligação de Vicentinho, que afirma diversas irregularidades foram detectadas após a uma outra operação de busca e apreensão realizada em maio, também determinada pelo TRE. Naquela ocasião, a PF apreendeu 162 processos, abertos de abril a maio, com previsão de gastos no valor de R$ 18,68 milhões.
Segundo a investigação, 37 processos já estavam empenhados e aguardavam liberação de recursos, que acumulavam cerca de R$ 3,5 milhões. A liberação de verbas deveria estar congelada por causa do processo eleitoral.
Em nota, a Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secom) informou que o governo estava “colaborando com o trabalho da Polícia Federal” e ressaltou “que todas as informações solicitadas foram prestadas com clareza”.
Caso Miranda-Lélis
O processo contra o ex-governador Marcelo Miranda e sua vice foi iniciado após a apreensão de R$ 500 mil em espécie em um avião na cidade de Piracanjuba (GO). A bordo, a polícia encontrou milhares de santinhos da campanha de Miranda.
No ano passado, o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, havia pedido mais tempo para analisar o caso. A então relatora da ação, ministra Luciana Lóssio, havia votado contra a cassação, mas foi voto vencido. Na retomada do julgamento, por 4 votos a 3, os ministros do TSE decidiram pelo cumprimento imediato da medida, mesmo que a defesa dos políticos ainda pudesse recorrer contra a decisão.
Os políticos foram acusados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de abuso de poder econômico no pleito estadual passado. Ambos contraíram, segundo a denúncia, empréstimo fictício de R$ 1,5 milhão feito pelo irmão de Miranda, mas os recursos foram destinados a abastecer caixa dois da campanha eleitoral do governador.
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