O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que está disposto a prestar esclarecimentos à Comissão de Ética Pública da Presidência da República sobre a audiência que advogados da empresa Odebrecht tiveram com ele. Cardozo reforçou ainda que “constantemente parlamentares da oposição questionam ministros na Comissão de Ética”, e que eles sempre respondem quando questionados.
“O que eu posso dizer é que o comportamento que eu tive foi absolutamente legal, ético e, portanto, não tenho nada a esconder. A Comissão de Ética apreciará nossas razões e, com a necessária independência, avaliará o caso que não passou de uma grande especulação”, analisou Cardozo.
O ministro disse que, a princípio, a explicação ocorrerá por escrito. Ele adiantou que, como justificativa, irá apresentar o texto da lei que exige que autoridades recebam advogados, além da ata da reunião e da sua agenda oficial.
Segundo o presidente da comissão, Américo Lacombe, o pedido de explicações feito a Cardozo ainda não significa a abertura de um processo administrativo disciplinar para apurar o caso. “A representação foi distribuída para a relatora, Suzana [de Camargo Gomes], que vai pedir informações e, aí, vamos ver o que acontece. Ele tem dez dias para responder, podendo pedir uma prorrogação”, detalhou Lacombe.
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No último dia 19, Cardozo confirmou, por meio de nota, que teve encontro com advogados de empresas envolvidas na Operação Lava Jato. O ministro, no entanto, sustentou ser “dever do ministro da Justiça e de quaisquer servidores públicos receber advogados no regular exercício da profissão conforme determina o Estatuto da Advocacia”. A confirmação veio depois que o jornal Folha de S.Paulo noticiou que Cardozo recebeu no ministério advogados da UTC e da Camargo Corrêa, que buscavam ajuda do governo para soltar 11 executivos presos desde novembro. Na nota, o ministro informou que, conforme registrado em agenda pública, teve reunião apenas com representantes da empresa Odebrecht, no dia 5 de fevereiro, às 15h30. A Odebrecht também está envolvida nas investigações da Lava Jato.
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