De acordo com o empresário, o pai do deputado recebeu 10% em propina a partir de um contrato de terraplanagem de ruas no município. A princípio, a candidatura de Nabor Wanderley da Nóbrega Filho havia sido impugnada pela Justiça, mas foi liberada após apresentação de recurso ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. O relator do caso, Ricardo Costa Freitas, votou pela liberação da chapa e a decisão final está prevista para sair para a próxima semana.
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“Hugo Motta já era deputado federal nesta época. Nabor ganha as eleições e todas as obras vão ser executadas por Segundo Madruga, as empresas eram emprestadas, 10% do valor das obras iriam para o grupo político comandado por Nabor – o grupo envolve Nabor, Hugo Motta, Chica Motta, Ilanna Motta e outros menores”, disse o empresário em sua proposta de delação.
O prefeito da cidade de Emas, Segundo Madruga – cunhado de Hugo Motta – também participava do esquema. Conforme o depoimento do empresário, em 2010, Segundo Madruga e Nabor se reuniram para estabelecer que a referida obra de terraplanagem ficaria a cargo de uma empresa de fachada chamada Suport. “Isto ocorreu em 2010, o contrato tinha o valor de 1 milhão e 96 mil. Que no caso em específico a fraude se deu pela especificidade e direcionamento do Edital”, disse José Aloysio. Ao Ministério Público o empresário afirmou que os editais da Prefeitura de Patos são ‘confeccionados com algumas exigências e restrições para beneficiar algumas empresas’.
Procurado, Nabor Wanderley disse que desconhece o teor da proposta de delação em questão. “Julgo muito estranha essa proposta de delação e conclusões totalmente inverídicas às vésperas da eleição, claramente com o intuito de influenciar o pleito, já que não conheço os dados mencionados”, acrescenta. O candidato nega ter recebido propina ou interferido em processos licitatórios.
Clã político
PublicidadeHugo Motta faz parte do clã político que comanda a cidade paraibana: Francisca Mota, prefeita da Patos e avó do parlamentar, é a chefe do grupo que detém o poder na cidade desde a década de 1950. O avô de Hugo, Nabor Wanderley da Nóbrega, foi prefeito do município entre 1956 e 1959. O pai do deputado, Nabor Wanderley da Nóbrega Filho, também dirigiu a prefeitura da cidade entre 2005 e 2012. Em 2013 Nabor foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa e teve os direitos políticos cassados pela Justiça. Recorreu da sentença e hoje é deputado estadual. E teve a sogra como sucessora. No ano passado, Nabor foi novamente denunciado pelo MPF porque apresentou um atestado médico falso para escapar de uma a audiência judicial.
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