Conforme adiantou em seu site na noite de ontem (quinta, 23), a revista Veja publica em sua edição deste final de semana trechos do depoimento em delação premiada do doleiro Alberto Youssef.
A novidade da edição fica por conta do relato sobre um telefonema que o doleiro Alberto Youssef recebeu, segundo a reportagem, uma semana antes de ser preso. De acordo com a revista, a ligação foi de um coordenador da campanha de Dilma Rousseff, que ele chamou apenas de “Felipe” no depoimento. Veja afirma que em outro depoimento do doleiro que está sendo esperado para a próxima semana, ele dirá que o convidou para um encontro pessoal. “E adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na campanha presidencial de Dilma Rousseff”, conforme a reportagem. Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro, que não aconteceu porque ele foi preso.
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Alberto Youssef, sempre segundo a Veja, contou que fez duas transferências para contas do PT em paraísos fiscais e se comprometeu a ajudar a Polícia Federal a localizar datas e valores dessas transações. Os dois casos envolvem o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Youssef, conta a revista, se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos duas operações entre seus ‘clientes’ e uma empresa de fachada criada por Vaccari.
“O doleiro disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 mil notas fiscais que serão apresentadas como evidências”, acrescenta a revista.
Lula e Dilma
Em trecho divulgado pela revista quinta à noite, Alberto Youssef afirma que o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma sabiam do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. “O Planalto sabia de tudo”, disse Youssef em depoimento ao delegado da PF, que perguntou: “Quem do Planalto?”. “Lula e Dilma”, teria respondido o doleiro. Veja não detalha como os dois se envolveram no esquema nem quando eles foram informados a respeito e por quem.
PublicidadeCom base no depoimento do doleiro, a revista também fala de um encontro entre o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, Youssef e o representante de uma empresa de publicidade (não identificada pela revista) disposta a tornar público o esquema de corrupção na estatal.
“De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal. A empresa queixava-se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina a políticos, tivera seu contrato rescindido. Homem de confiança de Lula, Gabrielli, segundo doleiro, determinou a Youssef que ele captasse R$ 1 milhão entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade”, diz um trecho da matéria publicada pela revista.
A matéria afirma que o doleiro não apresentou provas do envolvimento de Dilma e Lula com o esquema. “Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma – seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante com Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações em favor de aliados”, diz a publicação.
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