Uma das maiores empreiteiras do país, a Camargo Corrêa negocia com o Ministério Público a possibilidade de fechar um acordo de leniência com a Justiça, espécie de delação premiada para pessoas jurídicas. A informação é da revista Veja. Segundo a publicação, dois advogados da Camargo Corrêa confirmaram a negociação com os procuradores da Operação da Lava Jato. Caso o acordo seja concretizado, esta será a primeira empreiteira do chamado “clube do bilhão” – que reúne as principais construtoras do país – a colaborar com as investigações em troca da redução das penalidades na Justiça.
Segundo o doleiro Alberto Youssef, esse grupo de empreiteiras combinava o resultado de licitações da Petrobras, superfaturava os preços e pagava a propina a políticos e funcionários da estatal. Desde novembro, três executivos da Camargo Corrêa estão presos: o diretor-presidente, Dalton Avancini, o presidente do Conselho de Administração, João Ricardo Auler, e o vice-presidente, Eduardo Leite. Outros 18 executivos de grandes construtoras também foram presos na sétima fase da Operação Lava Jato. Onze deles continuam detidos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Segundo Veja, as empreiteiras desistiram da ideia de fazer um acordo conjunto para colaborar com as investigações após o procurador-geral da República rechaçar a proposta e caracterizá-la de “cartel de leniência”. De acordo com a reportagem, os advogados da Camargo Corrêa procuraram o Ministério Público Federal há duas semanas e sinalizaram com a admissão de culpa, condição que as demais empreiteiras não aceitam mas que os procuradores exigem para iniciar as discussões de um acordo de leniência.
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