Incentivos fiscais bilionários para o setor automobilístico, análise de vetos presidenciais e mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estão entre os principais itens da pauta do Congresso Nacional. A semana também marca o início oficial dos trabalhos da equipe de transição do governo Michel Temer para o governo Jair Bolsonaro.
Conduzido pelo futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, nomeado ministro extraordinário por Temer, o grupo terá como sede as instalações do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). O presidente eleito Jair Bolsonaro chega a Brasília nesta terça-feira (6). Em sua primeira agenda na capital após a disputa eleitoral, estão encontros com Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, entre outras autoridades.
Renúncia bilionária
Os deputados devem analisar nesta terça a medida provisória que concede novos incentivos fiscais para o setor automobilístico. A MP 843/18, que perde a vigência no dia 16 deste mês, cria o Rota 2030, um novo regime tributário para as montadoras de veículos no Brasil mediante a contrapartida de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologias.
Segundo projeções da Receita Federal, a renúncia fiscal será em torno de R$ 2,11 bilhões em 2019 e de R$ 1,64 bilhão em 2020. Estimativas do setor indicam que os investimentos em desenvolvimento deveriam ser de R$ 5 bilhões em três anos para contar com os incentivos.
O relator da medida provisória, Alfredo Kaefer (PP-PR), aumentou benefícios para montadoras e empresas de peças instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Após protestos de deputados de outros estados que também têm montadoras, o relator se disse disposto a retirar o aumento do incentivo, mantendo apenas a prorrogação dos já existentes até 2025.
O relatório de Kaefer inclui ainda temas estranhos à matéria, como desoneração da folha de pagamentos para indústria moveleira e aumento de descontos para pagamento de dívidas junto à União.
Santa Casa
O segundo item da pauta é a MP 848/18, que prevê uma linha de financiamento para as santas casas e os hospitais filantrópicos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os deputados precisam votar os destaques apresentados à matéria.
Um primeiro destaque já aprovado incluiu as entidades assistenciais para pessoas com deficiência entre as beneficiadas com a nova linha de crédito. Segundo o texto, 5% do programa anual de aplicações do fundo serão destinados a essa linha (cerca de R$ 4 bilhões em 2018).
Saneamento básico
Apesar de não constar ainda da pauta, os deputados podem analisar a Medida Provisória 844/18, cujo projeto de lei de conversão foi aprovado na comissão mista na última quarta-feira (31).
A MP facilita a privatização de empresas públicas de saneamento básico, estimula a competitividade no setor e obriga o pagamento de tarifas mesmo sem conexão ao serviço de água e esgoto.
O texto muda regra da Lei de Consórcios Públicos (11.107/05) para permitir que continue vigente o contrato entre a empresa pública de saneamento a ser privatizada e os municípios para os quais presta serviços no âmbito do consórcio formado entre eles. Antes da MP, esse contrato teria de ser extinto.
O relatório do senador Valdir Raupp (MDB-RO) dispensa de licenciamento ambiental unidades de tratamento de esgoto sanitário com vazão média de até 100 litros por segundo e unidades de tratamento de água com capacidade até 200 litros por segundo.
Ele também aumenta as finalidades para as quais podem ser usados recursos do fundo federal para parcerias público-privadas, retirando a reserva de 40% desses recursos para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e permitindo seu uso para execução de obras. Atualmente, o fundo financia apenas os projetos.
Veto a mudança no Simples
Em sessão marcada para as 14 horas desta terça, os parlamentares poderão votar nove vetos. Entre eles, o veto total ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 500/18, do deputado Jorginho Mello (PR-SC), que permitia o retorno ao Simples Nacional das empresas desligadas desse regime especial de tributação por falta de pagamento de tributos posteriormente renegociados.
Outro veto pautado retirou vários itens do Projeto de Lei 4060/12, que disciplina o tratamento de dados pessoais. O tratamento de dados pessoais é o cruzamento de dados e informações de uma pessoa específica ou de um grupo para direcionar decisões comerciais (perfil de consumo do titular para fins de marketing ou divulgação de ofertas de bens ou serviços), políticas públicas ou atuação de órgão público.
Estados e municípios
Estão na pauta do Plenário do Senado projetos que alteram a situação financeira de estados e municípios. Um deles é o que exclui do cômputo da receita corrente líquida (RCL) os recursos recebidos da União para atendimento das despesas com pessoal de programas sociais (PLS 15/2016). O objetivo é evitar que os municípios e estados descumpram o limite para as despesas com pessoal. Quando essa situação ocorre, esses entes ficam impedidos de receber transferências voluntárias voltadas à execução de investimentos, bem como de contratar operações de crédito.
Pela proposta, não serão considerados na receita corrente líquida dos municípios os recursos recebidos da União para atendimento das despesas com pessoal relativas aos membros eletivos dos conselhos tutelares. Também não serão contadas as despesas com pessoal, de municípios e estados, custeadas com recursos transferidos pela União em apoio a programas de saúde da família, de assistência social e de atenção psicossocial.
O projeto modifica a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF — Lei 101, de 2000), que estabelece que a despesa total com pessoal nos municípios não pode ultrapassar 54% para o Executivo. Nos estados, esse limite é de 49%. Autor do projeto, o senador Otto Alencar (PSD-BA) argumenta que a União criou inúmeros programas sociais com a obrigação de execução por parte dos municípios, “sem repassar recursos suficientes”. É notório, segundo o senador, que os municípios passam por grandes dificuldades financeiras com diminuição de arrecadação devido à crise e com menor repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Royalties
Os senadores ainda poderão votar o projeto que impede que as receitas de royalties sejam consideradas no cálculo do limite das despesas com pessoal nos estados, no Distrito Federal e nos municípios (PLS 334/2017). O projeto é considerado importante para a saúde financeira de estados, municípios e do DF.
A pauta do Plenário também inclui o projeto que assegura o apoio técnico e financeiro às iniciativas de regularização fundiária de assentamentos urbanos (PLC 64/2016) e o que determina a priorização das despesas com saúde e educação na execução orçamentária da União, de estados, do Distrito Federal e dos municípios (PLS 329/2017).
Com informações das agências Câmara e Senado
Multinacionais encontraram no Brasil, um filão de gente pobre que gosta de ostentar, e, para se mostrar aos amigos e vizinhos fazem qualquer negócio, até se endividar, e, Governantes e políticos podres, que se vendem por qualquer centavo, taí a receita para a remessa de lucros para manterem seus países ricos.
Tivemos duas medidas para a crise: O governo americano emprestou às indústrias que “saíram do sufoco” imediato e estão pagando ou já pagaram os empréstimos voltando os EUA a um crescimento muito bom; No Brasil o governo incentivou quem ganhava salário minimo a comprar um carro financiado com juros absurdos mantendo o faturamento da indústria mas endividando os consumidores, Isto manteve a indústria por algum tempo mas não tem mais consumidor e entramos em recessão. Conclusão: Sem consumo não há indústria que resista e consumidor que troca um bem de 10 por uma dívida de 30 deixa de ser consumdor e passa a ser inadimplente.
Do que adianta? Vão ajudar a indústria e a indústria continuará vendendo FIAT MOBI (meio carro) por R$40.000,00 com maravilhosos para-choques pintados na cor do veículo e super calotas.
Se fosse um auxílio a pessoas mais necessitadas, tipo o Bolsa Família, o povo aqui estaria cuspindo fogo….mas como se trata de uma tetinha pras zelite…. o povo se cala.
Vamos ter coerência. Isto pode gerar empregos, renda e impostos. O governo já dispende mais de 28 bi/ano para o bolsa família, portanto, seria uma gota d´água no oceano. Precisamos de crescimento para gerar emprego e renda e isto não se consegue com bolsas e sim incentivando as indústrias. Veja o que fez o governo americano no início de crise e compare com a nossa “marolinha”.
Vamos ter coerência digo eu, cara.
Tu sabe o que é passar fome? Ou você é mais um daqueles que pensa que pobre se dana a fazer filho para “viver” de bolsa família?
É uma tremenda SAFADEZA esse isenção fiscal para montadoras multinacionais que fazem o governo de refém.
Você sabe muito bem que objetivo de empresa não é gerar emprego e sim gerar lucro…que neste caso vai ser enviado para o exterior.