O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) decidiu pedir exoneração de seu cargo de ministro das Cidades do governo de Michel Temer nesta quinta-feira (18). Com a decisão, o ministro é o primeiro a deixar o governo desde que veio a público trechos das delações dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista que comprometem o presidente.
Leia também:
Dono da JBS grava Michel Temer avalizando compra de silêncio de Eduardo Cunha
Aécio é gravado pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS
Bruno Araújo assumiu o ministério em maio de 2016. Sua decisão deve ser comunicada ao Palácio do Planalto nas próximas horas. O parlamentar foi o responsável por dar o voto decisivo, de número 342, que autorizou o prosseguimento para o Senado do processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff, em abril do ano passado.
Leia também
No dia 26 de abril deste ano, o ministro foi exonerado de última hora do cargo para voltar à Câmara e reforçar os votos favoráveis à reforma trabalhista, atendendo aos anseios de Temer.
Além do parlamentar, outros tucanos já ensaiam uma possível saída do governo. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), apesar de ainda não ter formalizado, também defende a entrega do cargo.
Temer foi gravado pelo empresário e um dos donos do grupo JBS Joesley Batista, em março deste ano, dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. Joesley e seu irmão, Wesley Batista, fizeram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). A delação já foi homologada por Fachin.
Ao ouvir de Joesley que estava dando a Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?” A informação foi publicada pelo jornal O Globo na noite de ontem (quarta-feira, 17).
Leia mais:
Fachin abre inquérito para investigar Temer por corrupção e obstrução de Justiça
Deixe um comentário