Brasília inspira visões múltiplas, infinitas, mas todas elas se aproximam – ora mais, ora menos – de duas concepções fundamentais.
A primeira delas fala do sonho modernista de Juscelino Kubitschek, que começou a ganhar realidade a partir das pranchetas férteis dos arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Fala de beleza, de futuro, de transformação, de um país se movimentando para buscar um lugar grandioso no mundo, de um Brasil próspero e sorridente como os dentões simpáticos de JK.
Na outra perspectiva, Brasília é a fonte de todos os males pátrios: a raiz de toda a corrupção, a mãe desnaturada que impõe aos filhos da nação um rosário de dores e afrontas. É, enfim, o principal inimigo a enfrentar, o ralo-mor dos impostos, a origem das decisões mais danosas, a ilha da fantasia dominada por políticos larápios e marajás sem limite para a sua fome de salários e mordomias.
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Curiosamente, essas duas visões se concentram na Brasília monumental, na Brasília dos cartões postais. Viram as costas para a terceira cidade mais populosa do país. Uma região urbana habitada por 3 milhões de habitantes, considerando apenas os residentes no Distrito Federal. Dos quais, diga-se, somente um décimo dorme dentro do Plano Piloto, nome dado ao avião saído da imaginação de Lúcio Costa. Incluindo na conta os moradores dos municípios vizinhos de Goiás e Minas, do chamado Entorno, somos mais de 4 milhões.
Uma população que, assim como todo o país, sofre com taxas de desemprego sem precedentes, com a saúde e a educação deficientes, com as gritantes desigualdades e a violência. Mas que se beneficia de um indescritível céu-mar, dos parques, da arquitetura a um só tempo assustadora e deslumbrante, da natureza generosa (cada vez mais ameaçada) e da maior renda salarial média da federação.
PublicidadeRetratar e ouvir essa gente é o motivo número um para criarmos Congresso em Foco Brasília. Queremos compreender seus dramas, suas alegrias, sua cultura, seus sons e sabores. Para nos ajudar a decifrar os enigmas desta peculiar cidade, teremos o apoio precioso de colunistas como Miriam Moura (gastronomia), Sérgio de Sá (cultura) e Nicolas Behr (poesia).
Seremos um espaço plural, aberto à manifestação de todas as vozes interessadas em apresentar suas ideias ao debate democrático, como faz nesta quinta-feira (20) o deputado distrital Joe Valle (PDT).
Espaço tanto para notícias curtas, publicadas com a velocidade própria da internet, quanto para reportagens eventualmente longas, produto de investigação jornalística mais demorada.
Uma fórmula em boa parte usada, há mais de 12 anos, para tratar do mundo do Congresso Nacional e da política. Um passo óbvio, se considerarmos que antes dele o Congresso em Foco já era, de acordo com diversas pesquisas, o veículo jornalístico da capital com maior credibilidade entre formadores de opinião e tomadores de decisão e um dos mais acessados no Distrito Federal (mais de 2 milhões de visitantes únicos, em 31 dias).
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