> Lançamos nosso primeiro crowdfunding. Contribua para o jornalismo independente!
O presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), acredita que a crise entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o partido será resolvida. “O presidente é uma pessoa sensata e não há nada que não se corrija ao longo de um processo político”, disse nesta quinta-feira (10)em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco (veja a íntegra mais abaixo).
O pernambucano conta que ele e o presidente ainda não conversaram desde o início da crise, mas que “isso acontecerá casualmente”. Bivar, no entanto, transfere a decisão sobre a permanência ou não do presidente, além dele, ao próprio PSL. “O partido é impessoal, não é que eu ache, o partido em si decide. É claro que o partido se sente sempre honrado em o presidente ser seu filiado, um ilustre filiado”, declarou.
O deputado culpa a advogada Karina Kufa pelos movimentos de querer tirar Bolsonaro do PSL. Kufa foi demitida do partido esta semana, mas ainda advoga para Jair Bolsonaro.
Leia também
“Ela estava conversando com um ex-juiz eleitoral, conspirando contra o partido, conversando com outros partidos políticos, criando ambiente de cisão, se ocupando com uma falácia de que era amiga do presidente, que tinha poderes para tal e que levaria o presidente para onde queria”, disse o dirigente partidário.
Procurada pelo Congresso em Foco, Karina Kufa disse que não ia se manifestar.
Bivar afirma não ter determinado a exclusão de deputados que se posicionaram em favor de Bolsonaro das comissões. Segundo ele, foi uma decisão técnica de lideranças do partido. Ele alega, ainda, que sua gestão é transparente e suas contas têm sido aprovadas sem ressalvas. A falta de transparência no uso de recursos públicos destinados à legenda é um dos argumentos usados por deputados do PSL para atacar Bivar.
Na quarta-feira (9), Bolsonaro declarou ao site Antagonista que não irá deixar a sigla, a menos que seja expulso. No mesmo dia, ao sair do Palácio do Planalto comparou a desavença entre ele e Bivar com “briga de marido e mulher” e disse que não “tem crise no PSL”.
A crise na sigla foi destacada pelo Congresso em Foco em setembro, quando deputados revelaram ao site que a situação dentro do partido era de racha e possível debandada.
O clima piorou nesta semana, quando Bolsonaro disse para um seguidor esquecer da sigla. Desde então, troca de farpas estão acontecendo dos dois lados. Bolsonaro e seus aliados têm sido mais ferrenhos; do outro, o presidente do partido, Luciano Bivar, e deputados que não fazem parte da ala mais bolsonarista.
“Foi um sentimento pessoal dele, mas foi uma coisa que passou”, disse o presidente do PSL.
Aliados de Bolsonaro alegam que Bivar não está preocupado com o presidente, mas com o destino dos milionários fundos partidário e eleitoral a que o PSL terá acesso em função do número de votos e vagas conquistados na Câmara, ocupadas – lembram eles – graças à onda bolsonarista. Estima-se que o partido receberá, apenas em 2020, mais de R$ 300 milhões somados os recursos dos dois fundos.
Já a ala que defende Bivar vê o movimento de Bolsonaro como uma traição. Para eles, não há como admitir que o deputado pernambucano, que abriu as portas da legenda para Bolsonaro disputar as eleições, seja deposto por pessoas que ingressaram recentemente no partido.
O grupo também não aceita perder o controle sobre recursos públicos para campanhas eleitorais. Alegam que os dois casos de corrupção que mais deixaram o partido “queimado” – palavra usada pelo presidente para se referir a Bivar – estão no quintal dele: as suspeitas de corrupção em torno do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Ambas tratadas com indiferença pelo presidente.
Luciano Caldas Bivar fundou o PSL em 1998. Foi candidato a presidente pela legenda em 2006. Já comandou o Sport Club do Recife. Atualmente exerce o cargo de 2º vice-presidente da Câmara dos Deputados.
Leia a seguir a entrevista com o presidente do PSL:
Congresso em Foco – O senhor acredita que a briga do presidente com o partido pode ser resolvida?
Luciano Bivar – O presidente é uma pessoa sensata e não há nada que não se corrija ao longo de um processo político.
Ele pode ficar no partido?
O partido é impessoal, não é que eu ache, o partido em si decide. É claro que o partido se sente sempre honrado em o presidente ser seu filiado, um ilustre filiado.
O senhor é cobrado para regularizar os diretórios municipais do PSL e fazer compliance.
Acho que todos os presidentes de diretórios municipais têm que correr atrás. É o momento agora de a gente realmente regularizar as nominatas, agregar o maior número possível de pessoas que pensam conosco para essa eleição agora de 2020.
Deputados insatisfeitos com o PSL estão sendo expulsos de comissões. É uma deliberação do senhor?
Isso é decisão técnica da liderança. Nossas comissões têm que funcionar, dar segmento, tem que ter tudo. É um lado técnico que alguns deputados, como o ilustre deputado Felipe Francischinni [presidente da Comissão de Constituição e Justiça], o delegado Waldir [líder do PSL] e os técnicos que assessoram toda as nossas comissões, os líderes sabem o que é melhor para nós para viabilizar os projetos que tem interesse o PSL e se confunde com o governo.
O que gerou exatamente essa briga com o presidente?
Não tinha conhecimento. Foi um sentimento pessoal dele, mas foi uma coisa que passou.
Quando foi a última vez que o senhor esteve com o presidente?
Há uns 15 ou 20 dias. Estava muito bem, foi uma conversa muito boa. Agora é colocar a coisa para frente e aprovar os projetos que têm do governo.
A compliance tem avançado?
Na conversa que eu tive com o presidente, nessa última conversa, toquei no assunto e até o próprio presidente disse: “Olha, Bivar, não acha melhor ter pessoas qualificadas, técnicas e boas para tomar conta dessas contas?”. Eu disse: “Exatamente, presidente, concordo”. Para isso nós temos um diretor financeiro, auditores externos e internos. Prestamos conta no último mês agora da movimentação do partido. Não houve nenhuma observação, zero, nem sugestões vieram.
Como foi o jantar dos deputados do PSL com Sergio Moro na terça? Os deputados prestaram solidariedade ao senhor?
Não foi jantar para prestar solidariedade, foi jantar para mostrar que o PSL não tem qualquer turbulência e que não vai modificar a conduta em relação ao apoiamento do governo, as pautas do governo porque são as nossas pautas. O Moro ficou muito feliz, acredito que saiu muito satisfeito com a reunião, sentiu-se muito à vontade. Não podia ser diferente, estamos juntos para mudar o país, consolidar esse sentimento de liberdade, estado de direito e combater uma corrupção endêmica que tinha no país.
Por que Karina Kufa não advoga mais para o PSL?
A Karina me parece uma farsa em todo esse processo porque ela não pertence ao PSL. Ela era advogada do partido e nós defenestramos ela por quebra de confiança. Ela não tem nenhuma competência para falar em nome do partido. Ela estava conversando com um ex-juiz eleitoral, conspirando contra o partido, conversando com outros partidos políticos, criando ambiente de cisão, se ocupando com uma falácia de que era amiga do presidente, que tinha poderes para tal e que levaria o presidente para onde queria. Ela achava que era a dona da verdade e achei uma coisa esquisita em tudo isso. Acho que isso foi uma quebra de confiança, reunião com outros partidos políticos prometendo levar… Essas coisas todas que a gente sempre tem conhecimento.
> Olimpio pede para Carlos não “encher o saco” e Eduardo e Flávio deixarem o PSL
Tanto o Bozo quanto o Bivar se acharam o máximo e falaram grosso. Momentos depois perceberam que separados seriam menores ainda em uma crise que afeta ambos. DOIS NINGUÉNS PRÓXIMOS DA EXTINÇÃO.
Um partido nanico. Esta frente Bolsonarista o colocou no mapa politico. Voltará a ser nanico. Simples.
MITO>PSL!
Maldita Corja Política…..
Temos uma crise muito pior acontecendo no País e esse pessoal se preocupando com crise partidária. Lamentável esse tipo de comportamento, quando o Brasil mais precisa desses senhores para cumprirem aquilo que prometeram antes das eleições. Parece que aquela moral e ética políticas e comprometimento com a Nação estão esquecidas.
Numa hora dessas, esses parlamentares deveriam esquecer situações como essa e tantas outras e se unirem no interesse do Brasil e de seu povo.
Bolsonaro sensato???