Bate-boca no STF: “Vossa excelência, por favor, me esqueça”
A discussão no plenário do Supremo Tribunal Federal entre os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski foi destaque no noticiário, mas não se revela conduta esperada de duas autoridades da mais alta corte do país. O motivo da troca de farpas começou quando Lewandowski considerou “inusitada” a posição de Gilmar de pedir vista após ter proferido seu voto. O ministro devolveu a provocação na hora, dizendo que é Lewandowski quem adota posições hetorodoxas, como teria feito durante o julgamento do impeachment no Senado. O tom da discussão subiu até que o ministro Lewandowski, irritado, pediu: “Vossa excelência, por favor, me esqueça”.
O vídeo logo viralizou na internet, com comentários e ironias de milhares de usuários. A questão que fica para reflexão é que ministros da Corte Suprema poderiam ter aproveitado o momento no plenário para protagonizar cenas mais republicanas e proveitosas para os juridiscionados que esperam anos pelo julgamento de processos.
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Porta-vozes e autoridades públicas devem seguir normas de conduta que sejam produtivas e exemplares para o cidadão comum. E devem evitar polêmicas e discussões desnecessárias.
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Institutos de pesquisas são questionados por erros na projeção de tendências de opinião
A surpresa das urnas nas eleições norte-americanas, com a vitória do republicano Donald Trump, ainda será alvo de muitos estudos e análises para se tentar entender como as previsões das pesquisas e da mídia estavam tão distantes da realidade. Um dos questionamentos que têm sido feitos é se as pesquisas eleitorais estariam obsoletas e incapazes de retratar as tendências de opinião da sociedade.
Especialistas rejeitam a hipótese e afirmam que o caso não é bem assim. Lembram que a diferença de apenas 200 mil votos estaria dentro da margem de erro. Entretanto, não foi a primeira vez este ano que o mundo foi surpreendido por desfechos que não foram previstos. A vitória do “sim” no Brexit pela separação do Reino Unido da União Europeia, e o “não” pelo acordo de paz entre o governo colombiano e as Farc serviram para reforçar as dúvidas quanto aos institutos de pesquisas.
Para o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, existe uma leitura equivocada das pesquisas. “Elas não são projeções do futuro, mas representação de um cenário até determinado momento”, assinala. Outro especialista trata da questão do “voto envergonhado”, aquelas pessoas que por medo ou vergonha social não declaram em quem vão votar.
Há também o voto de última hora, tendência impulsionada pela intensidade das campanhas nas redes sociais, que leva as pessoas a deixarem para definir seu voto cada vez mais em cima da eleição. Os resultados, assim, retratam um ambiente cada vez mais polarizado e com velocidade de circulação de informação.
Dessa forma, o principal desafio para os institutos de pesquisa, e para qualquer empresa que trabalhe com informação, é adaptar-se a uma nova sociedade politicamente polarizada com uma nova forma de consumir informação. O ambiente atual está mais polarizado e a troca veloz de informação mudou a forma como as pessoas lidam com as decisões.
Promotor posta comentário indevido e precisa se desculpar
Mais um caso de postagem polêmica nas redes sociais. Desta vez foi um promotor de justiça e professor de Sorocaba, Jorge Marum, que chamou de “vagabundo” no Facebook o jovem morto pelo pai após uma discussão em Goiás. Depois de ser perseguido por um quarteirão, o rapaz foi morto a tiros pelo pai, que não aceitava seu envolvimento em movimentos sociais.
O promotor compartilhou a reportagem no Facebook e comentou que que não era preciso chegar ao homicídio, bastava o pai ter “cortado a mesada do vagabundo”. A publicação repercutiu e foi apagada horas depois. Na sequência, o promotor pediu desculpas e admitiu que seu comentário fora “infeliz e inapropriado”. Constrangido, afirmou que havia feito um “comentário de momento, sem reflexão”.
Em novembro, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) publicou recomendação sobre a liberdade de expressão e a atividade político-partidária para membros da instituição, principalmente nas redes sociais. Segundo o documento, promotores e procuradores não podem usar a liberdade de expressão para “violar a proibição constitucional do exercício da atividade político-partidária”, ou para discriminar em relação a raça, gênero, orientação sexual, religião e a outros valores ou direitos protegidos.
Vitória do Trump: a culpa é do Facebook?
Na caça às bruxas iniciada após a vitória do candidato Donald Trump, o Facebook foi colocado como um dos principais culpados. Muito questionada por propagar boatos e informações falsas durante as eleições americanas, a rede social e o Google anunciaram que vetarão anúncios para sites de notícias falsas.
O Facebook também atualizou seus termos de uso para deixar claro que notícias falsas estão inclusas no conceito de conteúdo “ilegal ou enganoso”, para o qual anúncios já eram vetados. Porém, isso não foi o suficiente para conter a enxurrada de falsas declarações que circularam durante as campanhas. Uma notícia, compartilhada milhares de vezes, afirmava que o Papa teria dado apoio a Trump. Veículos como a revista New York foram enfáticos ao afirmar que o republicano venceu graças à rede social.
O CEO Mark Zuckerberg retrucou e chamou de maluquice a ideia de que o Facebook fosse de alguma forma responsável pelo resultado, até porque, pelas suas contas, o percentual de boatos é insignificante diante do resto do conteúdo. Além disso, o jovem empresário afirma que a rede social não tem responsabilidade pelo conteúdo compartilhado em suas páginas.