Os aliados do presidente Michel Temer (PMDB) já começam a questionar a “linha de corte” empregada para a reforma ministerial, que deve atingir 17 das 28 pastas. De acordo com um dos principais aliados de Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), a reforma “ampla” deve ser feita até meados de dezembro. O prazo é o mesmo que o Planalto planeja para ver a reforma da Previdência aprovada pelos deputados. Condicionando os cargos ao apoio às mudanças nas regras das aposentadorias, Temer tenta evitar “surpresas” na votação.
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Ontem (terça, 14), Jucá afirmou que a reforma ministerial a ser executada até dezembro, como anunciou o próprio governo, imporá mudanças a 17 das 28 pastas da atual gestão. Segundo o peemedebista, um dos a reforma será “ampla” de maneira a acomodar o chamado “centrão”, agremiação de bancadas que reúne mais de 200 deputados.
Entretanto, Temer deve encontrar dificuldades para efetuar as mudanças e manter a base contente ao mesmo tempo. Enquanto o discurso é de que os ministros que concorrerão a cargos eletivos no ano que vem serão trocados, alguns ministros com pastas cobiçadas devem ser “exceções”.
PublicidadeDe acordo com reportagem do jornal O Globo, pelo menos seis ministros com pretensões para as eleições do ano que vem contam com fatores que podem garantir as pastas até abril, prazo final para a desincompatibilização. É o caso de Henrique Meirelles (Fazenda), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior), Sarney Filho (Meio Ambiente), Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia) e Helder Barbalho (Integração Nacional).
Meirelles é considerado “intocável” por ser fiador da política econômica. Já os investigados Kassab e Pereira perderiam foro privilegiado, enquanto Sarney, Fernando e Helder são filhos de importantes aliados políticos de Temer (do ex-presidente José Sarney, do senador e ex-ministro Fernando Bezerra e do ex-ministro Jader Barbalho, respectivamente).
Placar primeiro
O plano de trocar os ministérios até dezembro casa com a vontade de aprovar a reforma da Previdência na Câmara antes do ano que vem. Para evitar surpresas em votos da base, o Planalto pretende condicionar a reorganização ministerial com o placar dos votos. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, as trocas já ficarão acertadas, mas os cargos só serão entregues depois da votação.
Dessa forma, Temer tenta juntar a ambição dos partidos do Centrão, que pleiteiam os ministérios, para quebrar a resistência à reforma previdenciária. A vontade do Planalto é que a reforma seja aprovada pelos deputados até o fim do ano.
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