Estudo divulgado na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo, feito pela liderança do PFL no Senado, indica que o PT foi proporcionalmente menos fiel ao Palácio do Planalto do que outros partidos da base aliada durante determinadas votações, ocorridas no Congresso Nacional entre 2003 e 2004. O levantamento, realizado ao longo de um ano pela acadêmica de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB) Renata Santana de Oliveira, abrangeu 268 votações na Câmara e 284 votações no Senado.
O levantamento levou em conta propostas de emendas à Constituição (PECs), medidas provisórias (MPs), projetos de lei (PLs) e projetos de lei complementar (PLCs) nos dois primeiros anos do governo Lula. Nas votações das PECs em 2003, o partido mais fiel a Lula foi o PL, suspeito de receber recursos do esquema do “mensalão” para apoiar o governo no Congresso.
Na soma das votações de 2003 e 2004, novamente o PL passou o PT. A maior “rebeldia” petista em relação ao seu líder ocorreu na votação dos projetos de lei complementar.
No Senado, em 16 votações relacionadas a medidas provisórias nos anos de 2003 e 2004, novamente o PL apresentou-se mais fiel que o PT. Ainda assim, o partido do presidente se configura entre um dos mais obedientes em relação a orientações da bancada. Os partidos mais fiéis às indicações de seus líderes em relação às PECs foram o PL (96,46% de apoio), o PPS (96,08%) e o PT (95,69%).
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“O fato de algum partido conseguir um percentual de fidelidade maior do que o do PT é de extrema relevância, pois o número elevado de deputados que este possui faz com que, no cálculo do percentual, qualquer voto contra a indicação do líder do governo se torne praticamente irrelevante em relação ao número dos votos a favor”, diz o estudo.
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