O material com a descrição dos pacotes generosos consumidos pelos deputados e pagos com dinheiro público foi obtido por Lúcio Batista, o “Lúcio Big”, ativista da internet que é uma espécie de caçador de irregularidades contra a administração pública. Um dos responsáveis pela produção de vídeos chamada Operação Política Supervisionada (Ops), Lúcio não ficou apenas na descoberta das informações: divulgou pelo Youtube os e-mails dos deputados, estimulando internautas a enviarem mensagens de protesto, e protocolou nos gabinetes abaixo-assinado contra a prática.
“É isso mesmo, meu amigo. Ele [o deputado] está usando dinheiro público – o nosso dinheiro – para contratar um pacote que está repleto de filmes em HD, de campeonatos, nacional, estadual, série A e série B, e também canal adulto, canal de sexo, canal de putaria. Mas quem disse que isso tudo é o bastante para o nosso nobre deputado?”, reclamou Lúcio Big, no canal “Notícias absurdas”, hospedado no Youtube.
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Entre outros excessos dos deputados, Lúcio se refere aos “serviços eventuais” contidos na fatura, em nome de Renato Molling, com vencimento em 9 de julho deste ano, referente ao período de uso compreendido entre 9 de julho e 8 de agosto. Renato – ou alguém com acesso à senha do serviço – comprou, por exemplo, o filme “Blue Jasmine”, de Woody Allen, no sistema pay-per-view.
“Benditos sejam os projetos propostos por esse excelentíssimo senhor deputado federal que usa futebol, filme, canais eróticos e até o filme do Woody Allen para ter inspiração”, ironizou Lúcio, que é colunista do Congresso em Foco.
De posse de faturas e demais documentos, e depois de ter convocado os internautas a enviarem e-mails aos deputados, Lúcio foi até o gabinete de Flaviano Melo, em 19 de agosto, e protocolou abaixo-assinado por 1.390 pessoas reivindicando o fim da benesse. Tudo foi filmado. Segundo Lúcio, as adesões foram reunidas em apenas uma semana. Os parlamentares terão cerca de 20 dias para responder aos contatos e tomar atitudes sobre o serviço de TV por assinatura. Do contrário, ele irá ao Conselho de Ética da Câmara denunciar o caso.
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