Mesmo com o aumento das chuvas, mais quatro regiões do Distrito Federal terão a pressão reduzida no abastecimento de água. A partir desta segunda-feira (12) moradores de Águas Claras, Arniqueiras, Taguatinga e Riacho Fundo I já começam a sentir os efeitos da medida que tem o objetivo de reduzir o consumo de água. Só nesta etapa do programa de uso consciente de água capitaneado pela Companhia de Água e Saneamento de Brasília (Caesb), cerca de 410 mil pessoas serão afetadas. O Distrito Federal passa neste ano pela maior crise hídrica da sua história.
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A medida atinge apenas as cidades abastecidas pela Barragem do Descoberto, que se encontra com nível baixo (nesta segunda-feira estava em 23,89%). Outras cidades como Ceilândia, Vicente Pires, Samambaia, Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Gama e Santa Maria já estão com a pressão reduzida. Ao todo, 1,7 milhão de brasilienses sofrerão com a medida até a próxima quarta-feira (14). As próximas cidades da lista para redução da pressão são Park Way, Candangolândia e Núcleo Bandeirante.
Vale ressaltar que as chuvas estão colaborando para o aumento do nível dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Ainda assim, a situação é de alerta. Juntos, os reservatórios abastecem 2,5 milhões de brasilienses, 86% dos moradores.
Não é racionamento
A redução de pressão, explica a Caesb, não deixa o morador sem água. No racionamento, durante um período previamente estabelecido, o abastecimento de água é interrompido totalmente. Na redução de pressão, há uma preservação maior das estruturas da rede de água. No racionamento, como as redes são esvaziadas, o retorno do abastecimento pode, eventualmente, provocar rompimentos e dificultar ainda mais a normalização do sistema. “É importante ressaltar que essa técnica de redução garante uma pressão positiva na rede de distribuição ao longo de todo o dia”, afirma a Caesb.
O racionamento, no entanto, é uma das medidas previstas pela Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa) para enfrentar a crise hídrica. Como se trata de um procedimento extremo, a Caesb entende que pode adiar ou até evitar o rodízio se as medidas implantadas (campanhas de incentivo à redução do consumo, tarifa de contingência e redução de pressão) e a frequência de chuvas recuperarem o Descoberto.
A tarifa de contingência, por exemplo, já está em vigor no Distrito Federal desde 25 de outubro e autoriza a cobrança de taxa extra de 40% para quem utilizar mais de 10 mil litros (10m³) de água por mês.