Bicampeão olímpico com a seleção masculina de vôlei, o técnico Bernardinho trocou o PSDB pelo Partido Novo, legenda que estreou nas eleições do ano passado. Amigo pessoal do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), o vitorioso treinador era aposta do tucano para a disputa ao governo do Rio de Janeiro em 2018. Aécio, porém, ainda tenta reverter a decisão e convencer o ex-comandante da seleção brasileira a voltar à sigla.
Bernardinho chegou ao PSDB em 2013, a convite do próprio Aécio. A ideia era lançá-lo ao governo já em 2014, mas o desportista não topou. Em janeiro deste ano, o senador mineiro publicou no Facebook uma foto ao lado do técnico para anunciar sua despedida da seleção. E deixou no ar a possibilidade de o país contar com ele para outros cargos fora do esporte.
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“Bernardinho transformou-se em líder e exemplo que ultrapassam em muito o vôlei e o próprio esporte. Agora, ele certamente terá mais tempo para sua família e para si próprio. Mas estou certo que sua inquietude, responsabilidade e espírito público, inúmeras vezes demonstrados, permitirão que ele continue a servir o Brasil em outras áreas e a inspirar as novas gerações de brasileiros! Parabéns, amigo, e que Deus ilumine o seu caminho!”, escreveu.
Descoberta tardia
Na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho, aparece como integrante do Novo desde janeiro de 2016. Mas, segundo O Globo, o PSDB só se deu conta da troca de partido há dois meses, quando atualizou a ficha dos filiados no Rio. Foi, então, que o presidente da legenda no estado, deputado federal Otávio Leite (RJ), informou Aécio sobre a mudança partidária.
A saída de Bernardinho do PSDB coincide com o pior momento político da carreira de Aécio, em baixa nas pesquisas eleitorais para a Presidência e na mira da Operação Lava Jato. “Estou certo de que qualquer projeto eleitoral que ele venha a abraçar ocorrerá em parceria com o PSDB ou, quem sabe, dependendo do que venha a ocorrer na reforma eleitoral, no próprio PSDB. Ele continua tendo conosco as melhores relações”, disse o senador ao Globo por meio de sua assessoria.
PublicidadeDo outro lado
Mas, também em entrevista ao jornal carioca, o presidente do Partido Novo, João Dionísio Amoêdo, descartou qualquer possibilidade de parceria com os tucanos no Rio e admitiu que a intenção é lançar Bernardinho ao governo estadual pela sigla.
“Eu acho que tem muita gente no Brasil que gostaria de votar nele, não só por ser um vencedor, um formador de equipe, mas pelo cenário em que a gente precisa trazer novas lideranças para a política. Agora, é uma mudança de vida que eu sei que não é fácil para ele”, afirmou Amoêdo. O treinador disse que não vai comentar o assunto.
Fundador da legenda, reconhecida pelo TSE em 2015, o carioca Amoêdo é engenheiro e administrador de empresas com passagens pela presidência do Citibank, Fináustria CFI e Leasing e do Itaú BBA. A sigla é considerada ideologicamente ligada à direita, defensora do liberalismo econômico. O processo de constituição do Novo começou em 2011, idealizado por 181 pessoas, como profissionais liberais e economistas, sem passagem por cargos ou mandatos políticos. Em sua estreia eleitoral, o partido elegeu quatro vereadores em quatro capitais (São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre) sem utilização do fundo partidário.
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