Os principais aliados do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começaram a abandoná-lo. O grupo ainda o defende no conselho de ética, mas admitem que Cunha perdeu as condições políticas de continuar à frente do antigo cargo, hoje ocupado pelo primeiro vice, Waldir Maranhão (PP-MA). O máximo que almejam é preservar seu mandato. O pedido de prisão de Cunha feito na manhã desta terça-feira pelo do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, mudou o clima no colegiado e reduziu as chances de aprovação de um relatório pedindo apenas a suspensão do mandato do presidente afastado.
O grupo mais ligado a Cunha começa a analisar a possibilidade de renúncia do presidente afastado ao mandato para preservar os direitos políticos. Se ele for cassado em plenário, ficará oito anos inelegível. “Eduardo perdeu as condições políticas de dirigir a Casa. Precisamos pensar é no futuro da instituição e na capacidade de representação política”, disse Carlos Marum (PMDB-MS). O deputado é um dos confidentes de Cunha e analisa a opção de renúncia. “Alguém tem que conversar com ele (Cunha) sobre isto. Precisamos discutir o futuro da Câmara porque está todo mundo pregado na parede”, diz Marum.
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Marum questiona o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) e garante que não há provas para o pedido de cassação porque, segundo ele, não houve mentira do presidente afastado á CPI da Petrobrás. “Todos estão preocupados com esta situação e a votação tenha a influência da situação política geral”, disse Marum.
Eduardo Cunha telefonou para alguns aliados preocupado com a ausência do deputado Antônio Carlos Gaguin (PTN-TO), que renunciou à vaga de suplente que ocupava no conselho de ética e aliado de Cunha, e de Manoel Junior (PMDB-PB), também ausente. Cunha está na residência oficial da Câmara e acompanha a sessão do colegiado pela TV. Ele tem falado com os aliados pelo telefone porque os deputados evitam ir à casa do presidente afastado.
O objetivo da bancada de Cunha no conselho pé tentar aprovar uma punição mais branda que a cassação. Um dos mais fiéis ao presidente afastado, João Carlos Bacelar (PR-BA), se prontificou a apresentar um relatório paralelo prevendo apenas a suspensão do mandato de Cunha.
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