A vitória de Picciani representa alívio para a presidente Dilma. Ex-aliado de Cunha, ele se aproximou do Palácio do Planalto desde a reforma ministerial promovida pela presidente no ano passado e assumiu publicamente discurso contra o impeachment da petista. Hugo Motta, que presidiu a CPI da Petrobras, era a aposta de Eduardo Cunha para derrotar, de uma só vez, seu antigo companheiro e hoje desafeto e o Planalto. O governo entrou na disputa: o ministro da Saúde, Marcelo Castro, que é deputado pelo PMDB do Piauí, licenciou-se do mandato por apenas um dia para votar em Picciani. Apesar de ser conhecido pelo apoio ao governo Dilma, o líder afirmou que o Planalto não interferiu na votação.
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Cabe ao líder da bancada, por exemplo, indicar os integrantes da comissão que vai analisar o processo de impeachment de Dilma, assim como os membros dos demais colegiados da Casa. Com isso, a tendência é que os peemedebistas indicados para analisar o pedido de impedimento da presidente tenham perfil mais afinado com o governo, o que, em tese, enfraquece a tese do impeachment.
A eleição para a liderança do PMDB na Câmara ganhou contornos inéditos. O candidato a líder do grupo oposicionista da legenda, Hugo Motta (PB), recebeu um reforço de outro partido, o Solidariedade. A legenda dirigida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP) financiou um trio elétrico e um grupo com dez pessoas fantasiadas de mosquito Aedes aegypti para uma manifestação antes e durante a votação para a escolha do líder do PMDB contra a reeleição de Leonardo Picciani.
Do lado de fora da Câmara, próximo à sala onde a bancada do PMDB se reuniu nesta tarde, um trio elétrico tocava uma música especialmente composta para acusar Picciani de apoiar o governo da presidente Dilma Rousseff, ser contra o impeachment e ter se vendido ao PT. O veículo trazia uma faixa com fotos de Picciani beijando a presidente Dilma no rosto, com canções ofensivas contra o peemedebista.
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