O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), ofereceu ao empresário Joesley Batista a possibilidade de indicar um diretor da Vale, informa o jornal O Globo. Segundo o repórter Guilherme Amado, a proposta foi feita na mesma conversa em que o tucano pediu ao empresário R$ 2 milhões para pagar honorário advocatício. O encontro, que ocorreu em 24 de março em São Paulo, foi gravado pelo empresário, um dos donos do grupo JBS que negocia delação premiada.
O novo trecho da conversa contraria a versão do senador de que sua relação era estritamente pessoal com Joesley, e não envolvia qualquer contrapartida. Segundo o Globo, os dois conversaram sobre a Vale quando o emrpresário contou que gostaria que a companhia fosse presidida por Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras.
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Ainda de acordo com o jornal, Aécio tranquilizou o empresário, dizendo que ele mesmo já havia indicado novo presidente da Vale e que o nome do novo chefe da mineradora seria conhecido em breve. Na sequência, afirmou que Joesley poderia nomear qualquer diretor. Três dias após a conversa entre os dois, Fábio Schvartsman foi anunciado como novo presidente da Vale.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, determinou o afastamento de Aécio do mandato e a prisão de Andreia Neves, irmã e braço-direito do senador. Autorizou ainda buscas e apreensões nas residências do presidente do PSDB. Agentes federais estão no Congresso, cumprindo mandados nos gabinetes de Aécio, do senador Zezé Perrella (PSDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
De acordo com o jornal O Globo, Rocha Loures foi flagrado recebendo R$ 500 mil de Joesley para tratar de assuntos da JBS. Perrella é pai de Gustavo Perrella, apontado como o dono da empresa que recebeu os recursos destinados a Aécio. Um assessor do senador foi identificado como a pessoa que transportou os valores.
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