O senador Aécio Neves (PSDB-MG) havia preparado o terreno para seu primeiro discurso em plenário nesta legislatura, realizado na tarde desta quarta-feira (6). Na véspera, o jornal Correio Braziliense, por exemplo, já sabia que o ex-governador de Minas Gerais pronunciaria a seguinte frase: “Sempre que precisou fazer uma opção entre o país e o partido, o PT ficou com o PT”. A declaração foi transcrita do discurso proferido na tribuna para a matéria “Aécio levanta a voz da oposição”, publicada na edição de hoje do periódico. Bem como outros trechos foram extraídos do texto original diretamente para a coluna de Merval Pereira (jornal O Globo) intitulada “Os rumos da oposição”.
Leia mais:
No 1º discurso, Aécio diz que PT prioriza mais partido do que país
Foram quase cinco horas de discurso, entre o pronunciamento em si e os diversos apartes – a fala foi iniciada às 15h40 e terminou 22 minutos depois, extrapolando-se em 12 minutos o tempo regimental de discursos. Mas Aécio permaneceu de pé na tribuna do plenário, entre apartes e réplicas, até o momento em que o painel eletrônico do plenário registrava 20h21. Ao todo, 25 senadores se revezaram em apartes, muitos dos quais em rasgados elogios a Aécio, e inclusive de partidos divergentes da linha política tucana.
Leia também
“Nesse discurso, vossa excelência mobilizou seu bloco parlamentar, PSDB/DEM. (…) e, imagine, mobilizou até nós, do Psol. Estou aqui até esta hora aguardando para aparteá-lo. (…) Corro o risco de receber advertência de casa, porque vossa excelência sabe muito bem que minha filha é fã da sua condução política, em especial em Minas Gerais”, reverenciou Randolfe Rodrigues (Psol-AP), crítico contumaz da doutrina política do PSDB.
Cerca de 75 senadores circularam no transcorrer do dia em plenário, que ainda registrou a presença de deputados, ex-parlamentares e demais autoridades. A presença do candidato derrotado à Presidência da República José Serra em plenário foi vista por alguns senadores como provocação a Aécio. Mesmo que não admitam publicamente, os ex-governadores de São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país, disputavam nos bastidores a preferência dos correligionários de partido para a corrida presidencial de 2010.
Embora não tenha aparteado Aécio – o regimento interno não prevê a possibilidade –, o silêncio de Serra era eloquente, até porque o próprio Aécio reverenciou o colega de legenda em seu discurso. “No plano nacional tivemos a confiança de cerca de 44 milhões de brasileiros que caminharam ao nosso lado e optaram pela experiência e competência de José Serra – que aqui nos honra com sua presença – para liderar o país”, elogiou o senador. Serra permaneceu até o início da noite no Senado, entre reuniões e visitas a gabinetes e conversas em plenário.
Confira a íntegra do discurso de Aécio
Deixe um comentário