Em seu discurso, Aécio incendiou os correligionários ao mencionar, não nominalmente, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Esse grupo político que aí está, está caminhando a passos largos para a interrupção deste mandato. O Brasil de hoje, com essas revelações diárias de corrupção, é incapaz de alimentar esperanças. Esse não é o Brasil que queremos, o Brasil com o qual sonhamos”, declarou o senador.
A XII Convenção Nacional do PSDB também foi palco da escolha da Executiva Nacional tucana. Manteve-se o nome do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e foram definidos sete vice-presidentes, dos quais três senadores do partido: Aloysio Nunes (SP), candidato a vice na chapa presidencial com Aécio, em 2014, Tasso Jereissati (CE) e Flexa Ribeiro (PA).
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Três deputados também compõem a executiva: Bruno Araújo (PE), líder da Minoria na Câmara, Giuseppe Vecci (GO) e Mariana Carvalho (RO). Além deles, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldmann foi mantido entre os vices tucanos.
Participam do encontro nacional três presidenciáveis do PSDB, que evitam antecipar esse debate, mas nos bastidores já se movimentam em óbvia postura de busca de afirmação junto à militância tucana – além de Aécio, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e seu antecessor e atualmente senador José Serra (SP), cujo nome não consta da lista da cúpula tucana. Curiosamente, Serra defendeu o parlamentarismo em seu discurso.
Também presente ao encontro, FHC discursou e voltou a dar estocadas no PT e na presidenta Dilma Roussef. Com baixa popularidade ao deixar o governo, em 2002, o ele fez menção à queda na aprovação da gestão petista, em tom de desabafo. “Eu perdi a popularidade algumas vezes – popularidade se perde e se ganha. O que eu nunca perdi foi a minha credibilidade”, discursou, para delírio da militância tucana.
Dizendo que o Brasil perdeu o rumo na era do “lulopetismo”, FHC demonstrou otimismo em relação às chances eleitorais dos tucanos nos próximos pleitos. “Estamos prontos, sim, para assumir o que vier pela frente. Precisamos ir até o fim para que o Brasil seja passado a limpo. Seja qual for o caminho pelo qual tenhamos que passar, o PSDB e seus aliados terão um caminho”, acrescentou o ex-presidente.
Pausa na pedalada
O encontro nacional dos tucanos está em curso em um hotel à beira do Lago Paranoá e a cerca de 200 metros de distância do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Centenas de lideranças partidárias, militantes e simpatizantes do PSDB lotaram as imediações do hotel, cuja pista de acesso é uma das usadas por Dilma para pedalar nas primeiras horas da manhã, principalmente aos fins de semana.
A tarefa ficaria meio complicada hoje: além dos adversários tucanos às pencas no local, dezenas de ônibus e automóveis causam congestionamento nos arredores do palácio presidencial, muitos deles estacionados em fileira ao longo do meio-fio.