Eduardo Militão
Acusada de vender vagas de garçom e copeira na Câmara, Patrícia Guedes Silva negou ter mantido relação homossexual durante quatro anos com a delatora do esquema, Fabiana Soares de Sousa. As negativas foram prestadas por meio de seu advogado, Clécio Rodrigues, que procurou o Congresso em Foco na manhã desta segunda-feira (28).
Na Câmara, Patrícia Guedes era a encarregada geral da Unirio Manutenção e Serviços Ltda, até ser demitida na semana passada.
O advogado afirmou que todas as informações prestadas por Fabiana à Polícia Legislativa da Câmara, que investiga o caso, são “inverdades”. De acordo com Rodrigues, as duas moraram juntas, sim, mas apenas por um ano e meio no máximo. Fabiana disse que foram quatro anos.
O defensor de Patrícia assevera que a relação jamais foi homossexual, mas apenas de duas colegas de trabalho que dividiam despesas em uma residência. “A Fabiana é uma pessoa vingativa. Falou isso para manchar a imagem dela [Patrícia]. Isso está prejudicando até o casamento dela”, disse Rodrigues, ao informar que Patrícia é casada e possui uma filha.
O advogado afirma que sua cliente acolheu Fabiana porque ela não tinha onde morar – “estava na rua da amargura”.
A partir de R$ 1.000
Conforme mostrou o Congresso em Foco, a investigação da polícia já resultou no indiciamento de Patrícia por estelionato. Fabiana e a ex-copeira Nelza Cândido Rodrigues acusam a ex-encarregada geral da Unirio de ser beneficiária da venda de vagas de garçom e copeiras terceirizadas para o legislativo.
Pelo depoimento delas e de outros funcionários, existia um esquema de venda de vagas no qual o “pedágio” para entrar no Legislativo variava de R$ 1.000 a R$ 3.500.
Nelza e Fabiana também acusam Patrícia de desviar copeiras da Câmara para prestarem serviços particulares à então encarregada geral da Unirio.
Patrícia e outros acusados de participarem do esquema negam todas as denúncias. Em entrevista ao site, a ex-encarregada geral disse que seu afastamento foi injusto.
O diretor da Unirio, Alexandre Gomes, informou ao site que Patrícia cumprirá o aviso prévio de 30 dias fora da Câmara. A ex-encarregada geral disse que Gomes prometeu recontratá-la futuramente.
Habeas corpus
Patrícia acusou a Câmara de ser a responsável por sua demissão antes do término das investigações policiais. O Congresso em Foco apurou que o setor de fiscalização da Casa pediu a saída da servidora terceirizada indiciada. Mas o diretor geral da Câmara, Sérgio Sampaio, disse desconhecer o pedido de saída dela e a assessoria de imprensa da Presidência da Casa não se manifestou sobre o assunto.
Nesta segunda-feira (28), o advogado Clécio Rodrigues, disse que estuda ingressar com um habeas corpus para garantir o emprego de Patrícia. Ele afirma que a demissão não poderia acontecer antes do término das investigações.
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