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Nos últimos anos, o senador Demóstenes Torres liderou a oposição e o Democratas no Senado. Dois meses após ter reveladas suas ligações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o senador goiano – agora sem partido – é líder apenas de si mesmo. O outrora concorrido líder oposicionista é hoje a figura mais isolada do Senado. E, para sua desgraça, o único senador que depende do apoio de pelo menos 41 colegas para preservar o mandato, confirmada a tendência do Conselho de Ética de recomendar sua cassação.
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Desde a deflagração da Operação Monte Carlo, Demóstenes circula pelo Senado como uma antítese do político que, até outro dia, distribuía denúncias contra o governo, apontava culpados e exigia providências contra a corrupção e desvios éticos. De lá pra cá, baixou sua metralhadora verbaL giratória, fez voto de silêncio e viu o regozijo daqueles de quem, até outro dia, era um implacável algoz.
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PublicidadeSe antes sua presença nas rodas de conversa entre colegas – seja da oposição ou do governo – era bem-vinda, quer pelo bom-humor, quer pelo prestígio de que dispunha; agora é vista com constrangimento. Um desconforto que só não é maior que o experimentado por ele próprio, conforme denunciam o olhar perdido e o sorriso envergonhado.
Todo esse clima de mal-estar e deslocamento não escapa às lentes de um dos mais talentosos e premiados repórteres fotográficos brasileiros, Orlando Brito, 62 anos de idade e quase meio século de fotojornalismo. “Sempre digo que uma foto jornalística deve ser a alma do fato que a gerou”, costuma ensinar Brito. As imagens de Orlando Brito (veja galeria acima) falam por si.
Flagrantes clássicos
Autor de flagrantes fotográficos políticos clássicos, Orlando Brito registrou com suas lentes momentos históricos desde os governos militares até a redemocratização do país. Captou momentos de descontração de presidentes como Ernesto Geisel, José Sarney e Fernando Collor. Seja em preto-e-branco, seja em cores, também registrou um Brasil multiétnico, ao revelar o sofrimento e a alegria de populações indígenas no interior do país.
Com passagem por algumas das principais redações do país, como o extinto Última Hora, O Globo, Veja e Jornal do Brasil, cobriu viagens presidenciais, Copas do Mundo e Olimpíadas, entre outros eventos. Em 16 anos de Veja, por exemplo, produziu 113 capas. Dirige atualmente sua própria agência de notícias, a Obrito News. Em 1979, ganhou o prêmio World Press Photo do Museu Van Gogh, de Amsterdã, na Holanda. Por onze vezes recebeu o Prêmio Abril de Fotografia, inclusive o de Hors-Concours.
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