Em nenhum dos dois mandatos da presidente Dilma Rousseff a Esplanada dos Ministérios esteve tão desfalcada. O Executivo, que chegou a contar com 39 pastas, atualmente tem 32, mas nove delas estão sem um titular definitivo. Em um momento delicado da gestão de Dilma, onde ela tenta escapar do processo de impeachment no Senado, 28% dos cargos de primeiro escalão do governo estão vagos.
Nesta quarta-feira (20), os ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, filiados do PMDB, pediram demissão. A decisão deles foi tomada três dias depois de a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do processo de impeachment contra Dilma com amplo apoio da legenda. A informação de interlocutores do Palácio do Planalto é que ambos os ministros teriam ficado desconfortáveis com a situação do partido após o resultado da votação.
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Ao todo, estão vagas as cadeiras de ministro da Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Aviação Civil, Esporte, Integração Nacional, Cidades e Turismo.
O principal motivo da saída dos ministros é o enfraquecimento do governo e a perda de partidos na base aliada. O PMDB, por exemplo, que foi o grande parceiro dos 13 anos de governo do PT, chegou a ter sete integrantes nomeados, mas apenas dois permanecem nos cargos: Marcelo Castro, na Saúde, e Kátia Abreu, na Agricultura.
Além de Braga e Barbalho, o deputado Celso Pansera, que também é do PMDB e deixou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para votar contra o impeachment, não retornou ao cargo. O deputado Mauro Lopes, ex-ministro da Aviação Civil, votou favoravelmente ao impeachment e por isso também não reassumirá a pasta.
Um dos principais aliados do vice-presidente Michel Temer, o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves deixou o cargo um dia antes de o PMDB decidir deixar a base de apoio ao governo, no final de março. Na ocasião, o partido determinou que os ministros filiados ao partido deixassem os cargos ocupados.
PublicidadeA Casa Civil, por sua vez, está a espera da decisão do Supremo Tribunal Federal para poder contar – ou não – com a presença do ex-presidente Lula no seu comando.