Weverton Rocha *
Um novo ano começa e há duas formas de se falar de 2017: relembrando a dura herança que 2016 deixou, ou apostando na esperança de um ano melhor. Eu opto pela esperança. Não aquela que espera simplesmente, mas a esperança de quem confia com otimismo, movido pela certeza da ação que pode fazer a diferença. É na confiança de que só a luta nos leva à vitória, que aposto no bom combate em 2017 para que o Brasil comece a sair da crise, preservando o direito do trabalhador, da ativa ou aposentado.
O país passa por um momento difícil e os estados já sentem as consequências. A simples mudança no calendário não altera em nada a condição dos mais de 12 milhões de desempregados, nem traz o gatilho para a recuperação da economia.
Mas o Brasil já superou outros momentos difíceis e acredito que sairá desse fortalecido. Para isso não há fórmula mágica, nem salvador da pátria. A solução é bem mais simples, embora mais trabalhosa. Trata-se do diálogo democrático resultante na união em torno de um objetivo comum.
As instituições precisam se unir, conscientes de que cada um tem um papel fundamental na saída da crise, e conversar com todos os setores representativos da sociedade para juntos encontrarmos um meio termo do remédio, que certamente será amargo, mas que não precisa penalizar justamente a parcela da população que já tem muito pouco para abrir mão de algo.
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Temos dois grandes desafios pela frente. O primeiro será a reforma da Previdência. Há consenso que do jeito que está não pode ficar. Mas também não pode ser do jeito que o governo propõe. Não podemos tratar por igual um país que tem desigualdades tão grandes, a começar pela expectativa de vida. Nem podemos impor uma idade mínima que é inalcançável para muitos. Defendo que a reforma seja feita, mas depois de um debate amadurecido com todos os setores. E que as medidas mais duras sejam acompanhadas de um esforço do Estado para controlar as fraudes e sangrias feitas na Previdência Social.
PublicidadeO outro desafio é a reforma trabalhista. Modernizar as relações de trabalho é necessário, mas isso não pode significar a precarização do direito do trabalhador. A preservação do emprego não pode ser desculpa para o desmonte de poder de negociação do empregado, que sempre será o elo mais frágil da relação trabalhista.
Resolver as duas situações não será fácil. Mas como disse, acredito na luta bem lutada para que se alcance um bom resultado. Então, vejo que em 2017 teremos duras batalhas, mas confio no nosso povo, confio nas nossas instituições e tenho uma esperança atuante que chegaremos a um bom termo para começarmos a sair da crise.
* Deputado pelo Maranhão, Weverton Rocha é líder do PDT na Câmara.
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