Como se tornou tradição no Brasil, várias manifestações são organizadas através das redes sociais nas datas cívicas mais importantes, como o 7 de setembro, o 12 de outubro e este 15 de novembro. No início, elas serviam para marcar a insatisfação da sociedade com a corrupção no poder público e a baixa qualidade de nossa representação política.
Mas este ano temos uma situação um pouco diferente das vezes anteriores, quando os manifestos transcorreram de maneira relativamente calma. Com o acirramento de ânimos desde junho, multiplicaram-se os casos de abuso da força policial, por um lado, e a atuação de grupos de vândalos delinquentes, de outro. E isso transformou a simples ida a essas manifestações numa verdadeira aventura. Vale lembrar que o ato de se manifestar, de se expressar em relação a qualquer tema, é uma das conquistas mais importantes da cidadania. E uma das primeiras coisas que governos autoritários tentam coibir ao chegar no poder.
Em várias das páginas dedicadas à organização desses eventos do próximo dia 15, lemos com preocupação uma nova alcunha para esses manifestos: Dia de Fúria. Contra quem? Em pesquisa recém divulgada, ficamos sabendo que a esmagadora maioria da população, pouco mais de 90%, não compactua com a quebradeira geral que alguns grupos promovem regularmente, numa clara afronta às instituições de Estado e a direitos elementares para a cidadania, como o de ir e vir, o de livre associação, o de propriedade e o de liberdade de expressão.
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Vamos nos manifestar, sim, com toda a certeza. Mas não podemos fazer valer nossas opiniões “no grito”, na contramão das leis, às custas do enfraquecimento das instituições e com total desrespeito aos direitos, à liberdade e à propriedade dos outros.
As manifestações estão marcadas para as 15h em todos os locais. No Rio de Janeiro, o encontro será no Largo do Machado. Em São Paulo, a manifestação será em frente ao Masp. Em Salvador, em frente ao Iguatemi Shopping. Em Belo Horizonte, na tradicional Praça 7. Em Vitória, no Espírito Santo, será em frente ao Palácio Anchieta. Conforme outros locais forem confirmados, vamos atualizar a lista aqui.
Não custa lembrar que a cidadania no Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer e não podemos deixar que grupos com interesses pouco transparentes dificultem ainda mais o processo. Ainda temos que aprovar a reforma política de interesse da sociedade, nosso sistema tributário é dos mais confusos e pesados do mundo, a previdência social dá sinais de esgotamento e precisa ser melhor discutida, os códigos penal e civil ainda não foram reformulados, as instituições de Estado devem ser mais valorizadas e independentes. Tudo isso precisa estar na pauta das manifestações de sexta que vem, junto com os apelos por educação básica, segurança e saúde pública de qualidade.
PublicidadeFaça uma rápida busca na internet e descubra se estão organizando uma manifestação na sua cidade. Se estiverem, participe. Se não, que tal chamar seus amigos e organizar a sua própria? Mas lembrem-se: manifestar é importante, mas não é o bastante. Os verdadeiros agentes de cidadania são conscientes e atuantes. Eles vão além da simples reclamação e procuram participar da construção de propostas de políticas públicas objetivas e eficientes.
E você aí em casa? Qual é a sua proposta? Pensem nisso, procurem conhecer o programa dos Agentes de Cidadania desenvolvido aqui pela Voz do Cidadão e participem das manifestações. Em paz e com a certeza de que estamos de fato fazendo do Brasil um país bem melhor. Afinal, não se trata de ser contra ninguém e, sim, a favor de todos.
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