Roseann Kennedy
A presidenciável Dilma Roussef enfrenta hoje (16) o primeiro grande teste de popularidade de sua campanha. Fará comício no Rio de Janeiro, no qual a expectativa da organização é reunir mais de 50 mil pessoas. Um evento em que será possível verificar até que ponto as aulas de media training, os exercícios de fonoaudióloga e toda orientação sobre a postura da candidata estão gerando o efeito esperado pela campanha.
Mas Dilma ainda não vai caminhar sozinha. Estará amparada no presidente Lula, que fará uma pausa nos compromissos oficiais para participar do evento, assumindo definitivamente o papel de principal cabo eleitoral da candidata petista.
Pausa, aliás, polêmica. Porque sempre ficam indagações como: um presidente tem horário de expediente? Deixa de ser presidente apenas por colocar na agenda que está em compromisso privado?
De toda forma, a legislação eleitoral permite essa participação e, pelo menos nos fins de semana, nas programações noturnas, fora da agenda oficial, o presidente Lula poderá participar de comícios, carreatas, caminhadas e pedir voto abertamente para a petista.
Nesses casos, poderá usar e abusar de sua verborragia, sem precisar fazer nenhum acinte à Justiça Eleitoral, como vem ocorrendo desde a pré-campanha, o que já lhe rendeu várias multas. Estará autorizado a falar de sua candidata sem cair num desrespeito como o verificado esta semana, quando em frente ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, num evento público, rasgou elogios à ex-ministra.
Com a campanha nas ruas, a preocupação petista agora é alavancar a candidata nas pesquisas de intenção de voto para tentar iniciar o período de propaganda eleitoral gratuita à frente do principal adversário, José Serra (PSDB) e não em situação de empate.
Risco de o presidente Lula ofuscar a candidata no palanque há, mas não é esse constrangimento o que mais preocupa a equipe da campanha presidencial do PT. Não há nenhum constrangimento em fazer de Lula a estrela do palanque, desde que se garanta que o reflexo será para iluminar Dilma Roussef.
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