Politicamente falando, a ainda jovem República brasileira ainda não encontrou seu caminho. Ao longo de seus quase 130 anos, raros foram os momentos em que governos ousaram enfrentar o debate na maioria das vezes árido e impopular da redução da máquina pública em prol da eficiência e – consequentemente – benefícios para a população.
Façamos um resgate histórico
Quando as monarquias absolutistas estavam em cheque na Europa, duas correntes ideológicas, o socialismo e o liberalismo, produziram alternativas ao regime político absolutista, onde um rei ou rainha tudo podiam, decidindo a seu bel prazer sobre qualquer assunto.
O socialismo apareceu defendendo o controle do Estado sobre os meios de produção, a ditadura do proletariado, baseadas na tese da luta de classes, onde trabalhadores e empreendedores são inimigos. Na busca da igualdade, o socialismo defende a eliminação da classe burguesa e empresarial, que, substituída pelo Estado, traria justiça social. Esse sistema foi implementado em países como Rússia, Albânia, Cuba, Coreia do Norte, China, entre outros. Em todos eles, o fruto foi pobreza, subdesenvolvimento, restrição às liberdades individuais, perseguição a gays e a todos aqueles que não se enquadravam no perfil do “homem ideal” da revolução socialista.
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O resultado era sempre o mesmo: a formação ditaduras sangrentas com perseguição e morte para todos os que discordassem. Por outro lado, o liberalismo – que defende o indivíduo e não o Estado – semeou a democracia, a tolerância, trouxe riqueza, conhecimento e qualidade de vida. Defendendo as liberdades econômicas e individuais, o liberalismo incentiva a inovação e o empreendedorismo, reconhecendo que o Estado é ineficiente e acredita no cidadão responsável como vetor das grandes mudanças.
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O liberalismo não é ausência do Estado, mas redefinição do seu papel, entendendo que educação, saúde e segurança devem ser suas prioridades. Nações que se formaram nos conceitos do liberalismo, como os Estados Unidos, Reino Unido e mais recentemente Japão e Coreia do Sul, atingiram alto grau de índice de desenvolvimento humano e qualidade de vida para seus cidadãos, com democracias sólidas e duradouras. Mesmo com essa evidente vitória dos resultados do liberalismo, comprovada pela história, o Brasil continua a insistir em um modelo estatizante, intervencionista, além de defender um socialismo utópico que deu errado em todo o mundo.
Por isso, tenho clareza de que esse debate conceitual é muito importante para mudarmos o país. No Brasil, a busca desse Estado que procura solucionar todos os problemas resulta em altos impostos, com a justificativa fracassada de que um Estado forte pode combater as desigualdades sociais. Na prática, o desequilíbrio só tem aumentado, pois os corporativismos criaram privilégios na política, no Judiciário e para algumas atividades econômicas, condenando a maioria dos brasileiros à pobreza.
Não acho que o liberalismo deve ser seguido como religião, sem críticas e reflexões. Reconheço que alguns países já fizeram ajustes aos seus conceitos, como ocorreu nas sociais democracias europeias, em alguns casos com sucesso e em outros nem tanto. Porém, para o caso brasileiro, fica clara a necessidade de um choque de liberalismo, com uma redução do tamanho do Estado e enfrentamento ideológico às teses fracassadas do socialismo embutidas no consciente coletivo de nosso povo.
Muito pouco conhecimento histórico e muito senso comum. Talvez o colunista pudesse contextualizar os regimes políticos que critica e que exalta para poder compará-los e não ficar apenas no dualismo liberalismo x socialismo, como se fosse assim tão simples. Por exemplo, o liberalismo dos EUA que estatizou bancos e empresas como a GM depois da crise de 2008. Uma ação muito pouco liberal para um estado liberal como definiu o colunista. Talvez fosse melhor pensar antes de escrever.