Difícil saber se alguém tem razão. A impressão que tenho é de que todos do PSDB perderam a razão, tanto no relacionamento entre eles, como em relação ao Brasil.
Sei que há aqueles que pensam e dizem que cada um que cuide de suas coisas e não se meta na dos outros, mas como todos e todas ultimamente têm comentado e criticado tudo e todos, principalmente em relação ao PT, me sinto no direito de comentar a postura política do PSDB.
O que explicitou a perda da razão foi o recente programa politico deles. Um dos críticos do programa do próprio partido foi o senhor Aloysio Nunes, que, golpista que é, ocupa o cargo de ministro de Relações Exteriores do governo do usurpador Temer. Escreve o ministro que o “programa partidário do PSDB é um monumento à inépcia publicitária”.
Inépcia, segundo o Houaiss, é a “falta de inteligência; estupidez, imbecilidade; ação ou fala absurda, incoerente, confusa; despropósito, disparate”.
Pelo comportamento do PSDB após perder as eleições de 2014, poderia afirmar que os sinônimos de inépcia definidos por Houaiss não só deveriam ser usados para o recente programa político, mas para todo o comportamento do partido.
Durante as eleições de 2014 e depois da vitória de Dilma, o PSDB perdeu qualquer viés ideológico e, primeiro, passou a construir um golpe de Estado. Em seguida, assumiu o papel de linha auxiliar do PMDB.
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Muitos dos filiados do PSDB passaram a criticar o programa politico porque nele tentou-se fazer uma autocrítica, que muitos dos seus quadros não aceitam e outros ficaram “indignados” porque o programa ficou sem pé nem cabeça. Assumiram que o PSDB errou, mas não disseram ao povo onde errou. Ora, errou em tudo.
Não disseram onde erraram porque o tempo de TV foi curto. Necessitam no mínimo 24 horas de programa para listar todos os erros que cometeram e para pedir perdão ao povo pela catástrofe que, junto com o PMDB, DEM, PPS, PP, PTB, et caterva, estão causando ao Brasil e ao povo brasileiro, principalmente à classe trabalhadora.
Todas as pessoas que acompanham a vida política brasileira sabem como se comporta a maioria dos parlamentares: são fisiologistas, sustentam os governos na base de troca de favores e “de vantagens espúrias como forma de obter votos nas assembleias representativas, coisa que o PSDB teria aceitado e praticado, segundo o programa”, escreve o senhor Aloysio Nunes, contestando o programa de seu partido.
Ora, ministro, o senhor se mostrou tão “indignado” justamente porque sabe que é assim que o PSDB está se comportando dentro da base do usurpador Temer.
Muitos dos dirigentes do PSDB estão questionando o programa politico e, ao mesmo tempo, tentando se justificar afirmando que isto ocorreu porque que o comando do PSDB é feito por uma direção interina.
Que dificuldade, hein, PSDB: fica com a direção interina ou com o Aécio Neves, o homem que recebeu R$ 2 milhões, segundo Joesley (JBS/Friboi) Batista, e ainda recomendava que o carregador da mala fosse morto para no futuro não ser um premiado delator.
Recorro novamente à jeremiada do ministro Aloysio Nunes, que afirma que o programa politico que foi ao ar “não diz de que lado está nesse cenário no qual nos inserimos”.
Não diz porque tem vergonha de dizer que foi o construtor de um golpe de Estado e que, agora, está participando do governo golpista e votando contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. O PSDB votou pela aprovação da terceirização e da destruição dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Votou a favor da entrega da Petrobras e do Pré-Sal às empresas estrangeiras.
O PSDB tem vergonha de assumir como agente de destruição da educação pública de qualidade e do Sistema Único de Saúde. E ele, o ministro das Relações Exteriores, está exterminando a integração da América do Sul e construindo o golpe e a intervenção norte-americana na Venezuela.
Sim, o PSDB errou ao derrubar uma presidenta legitimamente eleita e ao ser sujeito da construção do ódio e do nazifascismo no Brasil.
O erro foi cometido porque muitos de seus quadros, inclusive FHC, se comportaram e ainda se comportam como pessoas que perderam a razão. E quem não tem razão não consegue se explicar.
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