[vc_row][vc_column][vc_column_text]As atribuições da atividade de Relações Governamentais, ou lobby, como é popularmente conhecida, podem parecer uma incógnita para muitas pessoas. Mas as empresas sabem exatamente o que deve ter um bom profissional.
A descrição da ocupação do lobista é assim resumida pelo Ministério do Trabalho: “Atuam no processo de decisão política, participam da formulação de políticas públicas, elaboram e estabelecem estratégias de relações governamentais, analisam os riscos regulatórios ou normativos e defendem os interesses dos representados”.
Esse breve descritivo vem acompanhado de uma lista de nada menos que 91 competências relacionadas a esse profissional. Sua atuação vai desde participar da formulação de políticas públicas e analisar os riscos a definir estratégias de defesa de interesses. Como disse o colunista da IstoÉ, Celso Masson: “coisa para super-herói”.
Mas o que as empresas e as organizações exigem de competências e capacitação na hora de contratar esse profissional? É a essa pergunta que tentaremos responder neste artigo.
O objetivo é ter uma análise de quais são, e em que medida, as competências exigidas por quem contrata. Essa informação pode ser muito relevante para identificar onde o profissional tem mais defasagem e o que precisa aprimorar nesse complexo rol de habilidades. Ainda, para definir que cursos atendem mais ao seu caso específico na hora de decidir onde se capacitar.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][newsletter-pack newsletter=”345554″ style=”style-1″ si_style=”default” title=”” show_title=”0″ icon=”” heading_color=”” heading_style=”default” bs-show-desktop=”1″ bs-show-tablet=”1″ bs-show-phone=”1″ css=”” custom-css-class=”” custom-id=””][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
A pesquisa
Os dados analisados fazem parte da segunda etapa da pesquisa O Perfil do Profissional de Relações Governamentais 2018, realizada pelo Pensar RelGov. Ao todo, a pesquisa analisa o tamanho do universo, a distribuição e concentração dos profissionais no Brasil, setores que mais contratam, análise de competências e de perfil profissional. Trazemos aqui uma análise feita a partir dos dados levantados.
Para avaliar a demanda de profissionais de Relações Governamentais foram analisadas 130 vagas de todo o Brasil e de diferentes níveis, publicadas no período de maio de 2017 a maio de 2018 por empresas de diferentes setores. Algumas são mais conhecidas pelo público em geral como Amazon, Coca-Cola, Eurofarma, Facebook, Google, Hyundai Johnson&Johnson Latam Airlines, L’Oréal, Motorola, Nestlé, Netflix, Pepsi, Pfizer, Philip Morris, Philips, Procter&Gamble, Tetrapack, Tim, Uber, Unicef e WWF, além de entidades de classe, escritórios de consultoria e de advocacia e empresas de recrutamento.
Foram analisados, no job description, as atribuições e requisitos de cada vaga, listando quais competências são requeridas. Para alguns casos a vaga trazia o nome da competência em si, para outros, a descrição explicativa indicava a qual competência se referia.
A partir disso dividimos por setor as ofertas de vagas e pudemos verificar aqueles que mais têm contratado. Em seguida levantamos o grau de exigência das competências exigidas pelos contratantes. A partir de algumas correlações foi possível verificar também quais competências costumam ser requeridas em conjunto, em outras palavras, aquelas combinações que podem tornar o profissional mais competitivo.
Quem contrata lobistas?
A disponibilidade de vagas observa uma equação onde são considerados: o tamanho da atividade dos setores no país e o grau de dependência desses setores a políticas públicas e regulações. Aqueles setores com intensa atividade e/ou que são altamente impactados por políticas e regulações demandam bons profissionais que possam se articular tecnicamente com os poderes políticos.
Os nomes dos cargos variam de relações governamentais a políticas públicas, passando por assuntos governamentais, assuntos regulatórios e relações institucionais. Cada um com suas especificidades, mas todos tendo em comum a finalidade de influenciar políticas públicas para defender interesses.
O gráfico abaixo mostra o resultado da distribuição por setores, em termos percentuais, das vagas oferecidas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=” Frequência relativa das vagas por setor” font_container=”tag:h2|text_align:center” use_theme_fonts=”yes”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”361488″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_column_text]
Fonte: Elaboração dos autores com base em banco de dados próprio, 2018.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Os setores Farmacêutico (14,8%), Tecnologia da Informação (14,1%), Biotecnologia (11,7%) e Alimentos (10,2%) foram os que mais demandaram profissionais de Relações Governamentais. Esses setores juntos ofereceram mais das metade das vagas analisadas.
Os outros setores que demandaram, ainda que em menor escala, foram: Consultoria/Advocacia (9,4%), Bens de consumo e ONGs (ambos com 7,0%) e Telecomunicações e Automotivo (ambos com 3,9%). Por fim, os setores de Óleo e Gás (1,7%), Energia, Meio Ambiente e Renováveis, Saúde e Tabaco, que representam 1,6% da oferta de vagas cada.
Os setores incluídos na categoria Outros (8% do total) é formado pelos setores que representaram menos de 1% das vagas cada, na participação das ofertas analisadas. São eles: Agropecuária, Aviação, Bancário, Cooperativismo, Filantrópico, Governo, Logística e suprimentos, Organismo Internacional, Química e Trabalhadores.
Há, portanto, vagas em pelo menos 24 setores diferentes, uma oferta que nos parece bastante diversificada. Contudo, vale verificar a concentração na distribuição dessas vagas em 4 setores mais demandantes (à direita no gráfico). Não sem razão, esses setores são justamente aqueles onde há forte regulação por parte do Estado associada a uma intensificação na pauta econômica do país.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
Quais são as competências mais exigidas?
A pesquisa elencou apenas as competências exigidas pelo job description. Para algumas atribuições foi necessário trazer a competência a que está essencialmente relacionada. Esse foi o caso por exemplo da competência Negociação e influência. Muitos cargos traziam como atribuição do executivo realizar a interlocução com decisores políticos para defesa de interesses, atividade que requer essa competência para seu melhor desempenho.
A competência de Representação institucional, por sua vez, merece uma observação. As vagas descrevem essa atribuição como representar a organização em entidades e conselhos. Entendemos ser uma competência complexa e transversal, que demanda, além de diplomacia, altas doses de negociação, influência e inteligência. Contudo, mantivemos separadamente pois essas últimas têm sido exigidas de maneira independente da primeira.
Curioso ainda perceber que a competência de Gerenciamento de equipes vem sempre associada a um caráter cross divisional, ou seja, um gerenciamento horizontal entre equipes. Esse fato é indicativo de que a atuação em Relações Governamentais depende de uma estreita interlocução entre diferentes áreas da organização.
No gráfico abaixo é possível verificar as competências mais frequentes na oferta de vagas do mercado. As barras representam o percentual dessas competências nas 130 chamadas analisadas.[/vc_column_text][vc_custom_heading text=” Frequência relativa das habilidades/competências exigidas nas 130 chamadas” font_container=”tag:h2|text_align:center” use_theme_fonts=”yes”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”361498″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_column_text]
Fonte: Elaboração dos autores com base em banco de dados próprio, 2018.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]São ao todo 18 competências, que vão desde o domínio da língua inglesa, exigido em 81,5% dos casos (o mais frequente) à experiência prévia em instituições específicas do Estado, como os poderes Executivo (2,3%) e Legislativo (1,5%).
A tabela abaixo traz, de maneira agrupada, quais são as competências mais exigidas do profissional no mercado de Relações Governamentais, em termos percentuais. O agrupamento se dá em 6 categorias que congregam as 18 habilidades/requisitos encontrados nas vagas de trabalho aqui analisadas. O resultado consolidado aparece da seguinte forma.
Tabela 1 – Frequência relativa das habilidades nos editais
Agrupamento | Habilidades/requisitos | % |
Inteligência e Estratégia | ||
Gerenciamento de issues e risco político | 59.2 | |
Monitoramento político e inteligência | 69.2 | |
Análise e proposição de políticas públicas | 58.5 | |
Estratégia | 44.6 | |
Articulação e interlocução | ||
Representação institucional | 50.8 | |
Interlocução, influência e negociação | 48.5 | |
Gerenciamento de stakeholders | 49.2 | |
Comunicação | ||
Relações públicas | 9.2 | |
Comunicação e advocacy | 20.8 | |
Gestão | ||
Gerenciamento de equipe (cross divisional) | 27.7 | |
Gerenciar consultas e notas técnicas | 50.8 | |
Requisitos | ||
Conhecimento do sistema regulatório, político-institucional e processo decisório | 33.8 | |
Processo Legislativo | 5.4 | |
Inglês | 81.5 | |
Experiência e formação | ||
Experiência anterior | 69.2 | |
Formação em áreas correlatas | 59.2 | |
Experiência no Executivo | 2.3 | |
Experiência no Legislativo | 1.5 |
Fonte: Elaboração dos autores com base em banco de dados próprio, 2018.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]As quatro habilidades que formam o agrupamento Inteligência e estratégia são realmente bastante recorrentes. Três delas aparecem em aproximadamente 60% a 70% dos editais.
Outro agrupamento bastante significativo é o que congrega habilidades de Articulação e interlocução. Neste agrupamento, as três habilidades/competências aparecem em torno da metade das chamadas. Em comum, esses dois agrupamentos conjugam habilidades que embora não sejam exclusivas da atividade de Relações Governamentais, parecem ser absolutamente necessárias a ela.
Alguns outros requisitos parecem ser fundamentais neste mercado. O domínio da língua inglesa por exemplo, é a habilidade mais exigida dentre todas as outras. Mas a experiência e uma formação em área correlata com a atuação da empresa também são requisitos muito relevantes. Esses requisitos aparecem entre 60% e 70% dos editais, aproximadamente.
Por fim, merece destaque uma habilidade que habita metade dos editais, a habilidade de Gerenciar consultas e notas técnicas. Aqui parece se tratar de uma habilidade específica, um diferencial da área, o que faz todo sentido se pensarmos que a atividade de influência tem como principal ativo a produção e disseminação de informação qualificada.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][better-ads type=”banner” banner=”347545″ campaign=”none” count=”2″ columns=”1″ orderby=”rand” order=”ASC” align=”center” show-caption=”1″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Que competências estão mais associadas?
Uma outra estratégia para entender o mercado de Relações Governamentais, que como já vimos é um complexo universo de habilidades exigidas, é verificar quais as habilidades que estão correlacionadas. O coeficiente de correlação varia de -1 a 1; quanto mais próximo desses números, maior a correlação (negativa ou positiva, respectivamente).
A tabela 1 traz os 10 pares de habilidades que apresentam correlações mais altas entre si. O coeficiente de correlação está na coluna 3 e a tabela está ordenada por esta estatística. Na coluna 4 temos a estatística da cobertura de cada par sobre o total de vagas identificadas na nossa base. A cobertura representa o percentual de vagas que apresentam, em seu edital, essa combinação de habilidades.
Tabela 2 – Correlações e coberturas por par de habilidades
Habilidade 1 | Habilidade 2 | Coef. Corr | Cobertura |
Gerenciamento de Stakeholders | Interlocução, influência e negociação | 0,359 | 32,81% |
Gerenciamento de Stakeholders | Comunicação e advocacy | 0,343 | 16,41% |
Experiência anterior | Formação correlata | 0,307 | 46,88% |
Gerenciamento de Stakeholders | Representação institucional | 0,298 | 32,81% |
Gerenciamento de Stakeholders | Gerenciamento de issues e risco político | 0,291 | 36,72% |
Interlocução, influência e negociação | Representação institucional | 0,283 | 32,03% |
Experiência anterior | Inglês | 0,271 | 60,16% |
Interlocução, influência e negociação | Estratégia | 0,264 | 28,13% |
Interlocução, influência e negociação | Gerenciamento de equipe cross divisional | 0,247 | 18,75% |
Representação institucional | Gerenciamento de issues e risco político | 0,233 | 36,72% |
Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados originais.
Iniciemos pelas correlações. As duas habilidades mais fortemente correlacionadas são o Gerenciamento de stakeholders e a capacidade de Interlocução, influência e negociação. Note-se, ainda, que o Gerenciamento de stakeholders está também correlacionado com a habilidade de Comunicação e advocacy, com a Representação institucional e, por fim, com o Gerenciamento de issues e risco político. Esse dado mostra que a combinação dessas habilidades associadas é fortemente valorizada pelo mercado.
Outro conjunto bastante relevante de características para o mercado, como se pode ver na tabela 1, é formado pela formação correlata, que está associada à experiência anterior e que, por sua vez, está correlacionada com o domínio da língua inglesa.
Esses resultados podem ser mais facilmente visualizados na figura 1. O diagrama de cordas é uma representação gráfica de uma matriz de correlações, e nesse caso mostra um conjunto de correlações mais fiel à complexidade das habilidades e requisitos exigidos pelo mercado.
O conjunto linhas que partem da habilidade de Gerenciamento de stakeholders, por exemplo, representa graficamente sua correlação com 4 outras habilidades, como já discutido com os dados da tabela acima.
Da mesma forma, a habilidade de Interlocução, influência e negociação está demonstrada pelo seu conjunto de cordas que a une às habilidades de Estratégia, representação institucional e Gerenciamento de equipe cross divisional. Como, da mesma forma, já foi visto anteriormente na tabela de correlações.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=” Correlações acima de .2 entre habilidades, Diagrama de Cordas” font_container=”tag:h2|text_align:center” use_theme_fonts=”yes”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”361500″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_column_text css=”.vc_custom_1539781206742{background-color: #f7f7f7 !important;}”]Legenda: ger.iss (Gerenciamento de issues e risco político); ana.po (Análise e proposição de políticas públicas); estratégia; rep.ins (Representação institucional); int.neg (Interlocução, influência e negociação); ger.stk (Gerenciamento de Stakeholders); rel.eve (Relações públicas); com.adv (Comunicação e Advocacy); ger.cross (Gerenciamento de equipe cross divisional); Gerenciar consultas, posições e notas técnicas; com.pol (Conhecimento do sistema regulatório político-institucional e processo decisório); inglês; exp.ant (Experiência anterior); form.corr (Formação em áreas correlatas).
Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados originais.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Mas o principal ganho analítico que temos ao representar as correlações no diagrama de cordas é poder ver com maior amplitude a complexidade das exigências do mercado. Note-se que foram encontradas correlações com valor acima de .2 entre nada menos que 13 das 18 habilidades que foram catalogadas a partir da análise dos editais. Esse dado mostra, em suma, que a grande maioria dos editais combina habilidades exigidas, o que é, no limite, um indicativo da ampla qualificação profissional exigida pelos empregadores.
Por exemplo, note-se que a experiência anterior, requisito bastante comum em qualquer mercado de trabalho, aqui aparece correlacionada com outros dois requisitos, o domínio da língua inglesa e a exigência de uma formação correlata.
Outro dado relevante, como já afirmamos, é verificar a intensidade com que essas combinações de habilidades aparecem nos editais. Para verificar essa intensidade, voltemos à tabela 1. Ao inspecionar a tabela, vemos que a cobertura da combinação entre experiência anterior e o domínio da língua inglesa é de nada menos que 60,16%. Em outras palavras, esse dado quer dizer que um candidato que não conjugue essas duas habilidades, não será competitivo em mais da metade das vagas.
A segunda combinação mais presente nos editais conjuga a formação correlata e a experiência, que cobre 46,88% das vagas. É dizer, um candidato sem uma formação correlata, sem inglês e sem experiência, que são as características mais valorizadas, se pensadas de forma conjugada, tem poucas chances nesse mercado.
Outro conjunto de habilidades que povoam em torno de 1/3 dos editais são: Gerenciamento de stakeholders + Interlocução, influência e negociação; Gerenciamento de stakeholders + Representação institucional; Gerenciamento de stakeholders + Gerenciamento de issues e risco político e, por fim, Interlocução, influência e negociação + Representação institucional. Um grande número de vagas combina, em boa medida, essas qualidades que são as habilidades de fato mais afetas à especificidade do mercado de Relações Governamentais.
Porta pequena, mercado movimentado
Como visto acima, essas habilidades parecem necessárias, mas não suficientes. Competências ligadas a Inteligência e Estratégia e a Articulação e interlocução pesam mais na hora de avaliar um candidato.
Uma formação específica associada ao domínio da língua inglesa e alguma experiência no mercado formam parte importante da complexa equação que envolve o processo de contratação das empresas e organizações que recentemente ofereceram vagas no mercado de Relações Governamentais.
Outra percepção relevante é que existe uma grande barreira de entrada na atividade. A maioria dos cargos requer experiência anterior, o que mostra que a porta de entrada é estreita para esse mercado que tem movimentado muitas novas vagas para super-heróis, digo, lobistas.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_separator][vc_column_text]Artigo originalmente publicado na revista Diálogos Irelgov outubro/2018.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
Eduardo Galvão é executivo e professor de Relações Institucionais e de Políticas Públicas no Ibmec e no UniCEUB. Fundador do Pensar RelGov. Autor dos livros Fundamentos de Relações Governamentais (2016); Relações Governamentais e Investimentos (2017) e Máquina de Influência (2018).
Manoel Leonardo Santos é cientista político. Professor do departamento de ciência politica da Universidade Federal de Minas Gerais. Diretor do Centro de Estudos Legislativos (CEL) e do Centro de Estudos Latino Americanos (CELA) da UFMG.
Breno A. H. Marisguia é mestrando em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisador do Centro de Estudos Legislativos (CEL).
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