– Pedro, como você vota para Presidente este ano?
– No Mito, claro.
– Mito?
– Bolsomito, Bolsonaro. É melhor “jair” se acostumando …
– Por que você vota nele, Pedro?
– É o único que pode colocar ordem nessa bagunça, nessa onda de violência e nesse mar de lama da corrupção.
– Mas não é uma eleição para Deus. Como ele vai fazer isso usando as competências do cargo de Presidente da República que estão escritas na Constituição?
– Ora … Disciplina, hierarquia, vergonha na cara, bala e cadeia em todo tipo de safado.
– Cadeia depois de responder a processo, como em todo lugar civilizado do mundo?
– Esse negócio de processo, defesa e advogado é tudo mimimi desse pessoal dos direitos humanos protetor de bandido.
– Pedro, político corrupto também vai levar bala e cadeira, sem processo?
– Claro. O cabra é macho. Com ele não tem conversinha mole. No tempo dele no Exército quase jogou uma bomba para resolver a parada.
– Mas Pedro, o comandante dele no Exército disse, por escrito, que se tratava de alguém caracterizado pelo desequilíbrio, irracionalidade e agressividade.
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– Pura inveja. Coisa de gente covarde.
– Ele resolve jogando uma bomba no Congresso?
– Se for preciso ele joga. Se não aprovarem o que ele vai mandar … Eu apoio. Tô com ele e não abro.
– Aprovar porte de arma para todos, por exemplo?
– Sim. Essa é a melhor proposta dele. Os outros só fazem promessa eleitoreira. O Mito tem proposta boa e que resolve. A bandidagem vai tremer nas bases.
– Pedro, você tem dinheiro para comprar uma arma (dois, três ou quatro mil reais)? E a maioria dos trabalhadores no Brasil?
– Tudo isso? Ainda não fiz as contas. Mas se não der, faço uma vaquinha com os manos. Os trabalhadores? Cada um que corra atrás da sua.
– Pedro, mais de 90% dos assaltos e outras violências pegam a vítima de surpresa. Estar armado vai fazer alguma diferença?
– Hummm … Vou perguntar ao pessoal do Mito. Com certeza, ele tem uma solução. Ele é a solução.
– Pedro, por que o Mito não perde a oportunidade de falar em arma, simular o uso de uma arma (com chaves, tripés de câmeras, etc), ensinar criança a atirar e coisas assim? Depois de ser atacado com uma faca, a primeira imagem no hospital foi justamente simulando manusear duas armas. Não seria um fetiche?
– Não conheço esse tal de Fetiche, mas se tá com o Mito é cidadão de bem.
– E as dezenas de declarações do Mito destilando preconceito contra as mulheres, negros e homossexuais?
– Aquilo foi coisa para chamar a atenção e ficar conhecido. Ele tava causando, fazendo piada. Liga pra isso não.
– Fazendo piada com coisa séria? Ele vai governar ou fazer piada?
– O Mito é bem-humorado. Vai ser tudo alegria.
– Mas Pedro, ele defende a tortura. Atirar antes e perguntar depois. Esse tipo de comportamento é condenado pelas leis, pela moral e pelas religiões. Ninguém no mundo civilizado defende isso. É a barbárie.
– Só o (sic) direitos humanos é contra. Tem que esfolar mesmo. Só assim esse povo aprende. Ele é um “cara família”. Assim é que se defende a família.
– Pedro, ele parece um analfabeto, diz coisas sem sentido e não consegue construir um raciocínio elementar. Já percebeu?
– Isso é coisa de esquerdopata de Universidade. Ele é um homem do povo. Fala como o povo. Fala a língua do povão. Não fica com aquela conversa bonita para enrolar todo mundo. Ele fala e eu entendo.
– Pedro, o programa de governo dele é um amontoado de coisas desconexas. Você leu?
– Não li. Esse negócio de programa de governo é coisa de intelectualóide. O que importa é escolher os ministros certos para tocar o governo.
– Quais os critérios para ser ministro dele?
– Acreditar em Deus, patriotismo e competência.
– Como ele vai aferir a competência do ministro se ele não conhece praticamente nada de nenhuma área de governo?
– Ele já disse que escolha de ministro é como casamento. Casamento é coisa sagrada. Não tem como dar errado.
– Pedro, ele nunca foi liberal. Virou liberal de conveniência para surfar na onda da moda. Ser liberal, sem saber bem o que significa isso, é a modinha do momento.
– Pode parar. O mito não libera nada. Ele é espada.
– Pedro, ele recebeu dinheiro da JBS, tinha funcionária fantasma, recebia auxílio-moradia tendo imóvel para morar, gastou um monte de dinheiro público em passagens aéreas para fazer campanha e ostenta um “estranho” aumento de patrimônio. Ele não é igual a quase todos os outros políticos que tanto critica?
– Coisa pouca. Nada perto dos milhões e bilhões nas cuecas e nas malas.
– Pedro, pelo que você me diz, o seu voto está baseado na confiança. Você acredita que o Mito, na base da força, do grito e da bravata, vai domar e subjugar o Congresso, os governadores, a grande imprensa, o STF, os juízes, o Ministério Público, os sindicatos e organizações da sociedade civil, os servidores públicos, o mercado e por aí vai?
– Eu acredito. O homem é o Mito, tem bala na agulha e a hora é agora. Ele tem uma missão a cumprir. Uma missão lá de cima.
– Pedro, devemos construir uma sociedade livre, justa e solidária (é o que está escrito na Constituição). Não há como fazer isso com os valores difundidos pelo Mito. Veja só. No último domingo, parte de uma torcida de futebol gritou: “Ô cruzeirense, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar viado”. É a mistura mais primitiva e irracional de preconceito com violência. Tudo isso associado a quem?
– (silêncio).
engraçado que o diálogo continua nos comentários. Pedro, onde cê vai? Avisa direitinho, que eu não vou
Pelo seu comentário é visível seu sentimento de superioridade moral por não votar em Bolsonaro. Qual candidato uma mente tão iluminada escolheu?
Aldemario, querendo nos fazer de idiotas ne….. que falta de respeito. Mas isto voces, traficantes de “noticias”, desconhecem. Sao pura farsa!
Realmente a imprensa é desrespeitosa com a população.
Lembra da cobertura da eleição do Trump? Foi mesma coisa. Seus eleitores eram tratados como a escória da sociedade pelo establishment midiático. Os jornalistas se acham iluminados e creem que quem discorda de sua visão lacradora psolista de vida é estúpido.
Esforço para compreender o fenômeno Bolsonaro eles não fazem, pois exigiria autocrítica.
Quando UMA ÚNICA PESSOA consegue fazer com que TODO o establishment fique CONTRA ELE, é sinal que ele está certo em suas propostas.
ÚNICO cara que conseguiu DESMASCARAR 99,99% DA IMPRENSA que se fingia de imparcial, quando na verdade, SEMPRE FOI ESQUERDOPATA.
Os jornalistas (?) da Congresso em Foco são a prova que demonstra isso: A IMPRENSA, EM SUA MAIORIA, INVENTA, CRIA DIÁLOGOS FICTÍCIOS COM O INTUITO DE CRIAR FAKE NEWS, MENTE, INVENTA OFFS etc…
Não adiantará NADA … a marcha do povo brasileiro em querer ELEGER BOLSONARO é IMPARÁVEL!
Nao passam de TRAFICANTES de “noticias”. E ainda querem nos fazer de imbecis, como “seus espelhos”….
O autor, para ser mais honesto, consigo mesmo e com os leitores, poderia fazer um “diálogo com um detrator de Bolsonaro”…
Sairia alguma coisa útil? Não precisa ser nenhum gênio da comunicação e da política para responder esta indagação, não é?
Bem observado. Seria tão útil quanto essa propaganda política disfarçada de coluna de opinião.
A esquerda não entendeu nada do fenômeno Bolsonaro e insiste em compreendê-lo segundo sua própria caricatura, bastante grosseira.
E o colunista morre de fome caso tenha de viver da ficção.
E o mais triste é que o país está cheio de Pedros, gente que até outro dia criticava petistas pelo radicalismo e idolatria a Lula e que agora faz o mesmo que seus criticados. É fogo ou frigideira…
Deixa eu entender essa lógica: então quem criticava o PT não deve apoiar Bolsonaro, único capaz de derrotá-lo no atual cenário eleitoral?
Incoerência é achar o PT terrível e ser omisso quando se trata de agir para evitar que retome o poder. Isto é triste.
Não é porque criticava o PT que devo apoiar Bolsonaro. Não é porque algo é ruim que seu opoente é bom. PT é ruim e Bolsonaro também é. Não é porque quero o PT longe do poder que vou tentar colocar lá outro igual. São duas faces da mesma moeda.
Incoerência é trocar a calamidade pelo descalabro. Isso sim, é triste…
Mário, nosso debate pelo jeito será pouco produtivo e tenho de respeitar sua opinião. Aliás, sei que é uma pessoa séria e tem meu respeito. Mas neste ponto discordamos bastante.
É um erro igualar Bolsonaro ao PT. Um erro de proporção, acima de tudo. Se Bolsonaro é ruim, o PT é o caos. Apenas peço que reflita um pouco a respeito e pense que, em um momento delicado como o que vivemos, não é tempo de omissão.
Apenas pense como seria um governo Haddad. Qual seria sua primeira medida? Provavelmente o indulto a Lula, e o país seria governado por um presidiário condenado na prática, já que Haddad é mero preposto. Na economia teríamos a continuidade do descalabro dilmista, com uma enorme fuga de capitais e recessão profunda (o que significa inflação, miséria e desemprego). A liberdade jornalística estaria seriamente ameaçada, afinal o PT fala hoje abertamente na criação de um comitê para controlar a mídia. Esquemas de corrupção bilionários voltariam em sua carga máxima, assim como a compra de parlamentares e o aparelhamento das instituições em geral. Investigações anticorrupção seriam frustradas na origem. Enfim, um governo bolivariano.
Realmente acha que um governo Bolsonaro seria tão ruim assim? Não sei como pode pensar isso, mas vamos respeitar.
Encerro meu apelo à razão, à prudência e ao bom senso com um trecho da coluna de Fernão Lara Mesquita no Estadão hoje:
“Jair Bolsonaro, pintado como ameaça iminente para a democracia, é o exemplo mais evidente. Quem tem tanques e está querendo dar golpe não sai à rua pedindo votos. Antidemocrático declarado, com papel passado, com promessa solene de volta atrás, com ‘plano de guerra’ aprovado em convenção nacional (2015) para a desmontagem das instituições republicanas já semi-implementado, com juras de amor diárias a ditadores com mãos sujas de sangue e supremas cortes recheadas de fantoches é o PT. Todas essas figuras sinistras da América do Sul e da África que estão enchendo o Brasil e o mundo de refugiados, com poucas exceções, são amigos diletos de Luiz Inácio Lula da Silva. Boa parte desses cujas ‘milícias’ hoje atiram contra quem lhes pede eleições limpas foi bancada pelo BNDES do PT para chegar pelo voto às posições de que agora se recusam a apear pelo voto (…).
Deter o lulismo é a condição para a continuação da conversa. O resto é passado.”
Nao, o Brasil esta cheio, repleto, empanturrado de Aldemarios!!!!!