Pré-candidato à Presidência da República pelo PSC, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) foi a Miami (EUA) neste fim de semana para dar uns tiros. Literalmente. Exatamente uma semana após o maior massacre da história daquele país – quando um atirador disparou rajadas de metralhadora de um hotel e matou quase 60 pessoas em um show, em Las Vegas –, Bolsonaro interrompe uma seção de disparos com uma pistola .50 para sugerir o uso da arma no Brasil, por policiais. Para o parlamentar, os agentes brasileiros, em vez de atirar diversas vezes para se defender e abater bandidos, devem fazê-lo com “um tiro só” – referência ao alto poder de fogo da pistola.
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“Para nós evitarmos aquele problema do policial civil ou militar, PRF [Polícia Rodoviária Federal] ao abater o inimigo, que estava atirando nele, e ser condenado por excesso por ter dado mais de dois tiros, quem sabe no futuro a gente possa colocar essa arma para ser usada no Brasil? É um tiro só”, diz o deputado, sugerindo que criminosos com arma de fogo sejam mortos em ações policiais.
“Um saco de cimento no peito do bandido. Acabou a história”, acrescenta Bolsonaro, um dos deputados da “bancada da bala” que não precisam ser financiados pela indústria armamentista para defender os interesses desse negócio. O deputado é um dos principais entusiastas, no Congresso, de questões como o armamento da população e a redução da maioridade penal, além de já ter defendido a prática da tortura como estratégia de investigação policial.
Veja o treinamento de Bolsonaro:
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“O [deputado Jair] Bolsonaro, por exemplo, nem precisa receber doação de campanha, porque ele faz [a defesa de interesses da indústria das armas] por ideologia”, disse ao Congresso em Foco, durante discussões sobre o Estatuto do Desarmamento, o cientista político e professor de Relações Internacionais Marcelo Fragano Baird, coordenador de projeto do Instituto Sou da Paz para a área de Sistemas de Justiça e Segurança Pública.
Considerado uma surpresa no rol de presidenciáveis para 2018, Bolsonaro tem apostado na profunda rejeição da classe política em tempos de Operação Lava Jato para se viabilizar como candidato que dela difere. Alinhado ao conservadorismo e à defesa dos militares, além de muito afeito a polêmicas, ele se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao estupro e coleciona denúncias por quebra de decoro na Câmara, mas não deixa de lado o estilo combativo e a língua afiada.
O perfil do político e do homem Jair Bolsonaro foi reportagem de capa de uma das mais recentes edições da Revista Congresso em Foco. Em 11 páginas, retratamos a produção parlamentar e as polêmicas do deputado ultraconservador em ascensão nas pesquisas presidenciais – ele perde apenas para o ex-presidente Lula e, em determinado cenário, para a ex-ministra Marina Silva (Rede) segundo as principais pesquisas de intenção de voto, como Ibope e Datafolha. Para acessar o conteúdo completo da publicação, clique aqui.
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