Mensalão: entenda o que está em julgamento
Quem são os réus, as acusações e suas defesas
Tudo sobre o mensalão
Leia também
Toffoli votou pela absolvição da ex-vice-presidente do Banco Rural Ayanna Tenório e da ex-secretária das agências de Marcos Valério Geiza Dias, por falta de provas. Ao falar de Geiza, o ministro a comparou com uma frentista de um posto de gasolina que vende gasolina adulterada: o dono fraudava o produto e ela não tinha a menor ideia disso. Já em relação ao advogado e considerado braço direito de Marcvos Valério, Rogério Tolentino, Toffoli afirmou que a simples participação dele em reuniões e viagens com o publicitário não são suficientes para comprovar que ele sabia do esquema e dele participava.
No início de sua explanação, Toffoli afirmou que, diante dos votos dos colegas ao longo do julgamento, o Ministério Público Federal conseguiu comprovar a existência do chamado “valerioduto”, mas evitou adiantar se considera que a ponta final dele foi de fato o pagamento em troca de apoio o político, o mensalão. “Aquilo que a imprensa chamou de mensalão são cenas que assistiremos no próximo capitulo”, disse.
Segundo a denúncia, o Banco Rural atuou como facilitador e cedeu sua estrutura para a realização da lavagem, que seria responsabilidade de Marcos Valério. O Banco Rural teria injetado R$32 milhões no esquema por meio de empréstimos simulados.
O ministro ressaltou que tal modelo já tinha sido utilizado anteriormente por Marcos Valério, em referência ao chamado mensalão mineiro, que aconteceu durante a campanha do deputado do PSDB Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.”A denúncia conseguiu comprovar o valerioduto. Havia uma tecnologia de movimentação financeira por parte de um grupo de Minas Gerais, investigado em denúncia de outros casos, que já havia usado a tecnologia.”
Toffoli afirmou ainda que o Ministério Público também comprovou a ocultação da origem ilícita do dinheiro emprestado pelo Banco Rural a agências de Valério. “Está demonstrada a dissimulação da origem espúria dos recursos, o que se realizou pela concessão e renovação dos empréstimos fictícios, bem como a distribuição dos valores sem identificação”, afirmou Toffoli.
O ministro foi o quinto ministro a votar no item 4 da denúncia, que trata da lavagem de dinheiro operada pelo núcleo financeiro-publicitário do esquema. No momento, a ministro Cármen Lúcia apresenta o seu voto. Faltam ainda a argumentação dos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto.
Fux: Rural foi o facilitador do Valerioduto
Rosa Weber condena oito por lavagem
Barbosa condena mais nove réus do mensalão
Lewandowski absolve duas por lavagem de dinheiro
Revisor vota por condenação de Kátia Rabelo
Lewandowski condena Valério por lavagem de dinheiro
Deixe um comentário