Em nota à imprensa, o presidente Michel Temer negou, neste sábado (12), que esteja participando das discussões sobre a reforma política. A declaração do peemedebista contradiz a justificativa apresentada por ele para os vários encontros que têm mantido com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive fora da agenda oficial no Palácio do Jaburu. Temer tem atribuído as conversas com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às discussões sobre reforma política.
“O presidente Michel Temer não está participando da discussão sobre a reforma política. Não se envolveu na adoção do distritão nem na criação do fundo eleitoral. Esses são temas do Congresso Nacional”, diz o comunicado.
No último domingo, Temer recebeu Gilmar no Jaburu. O próprio ministro alegou que o encontro foi para discutir mudanças no sistema político e eleitoral. No fim de junho, os dois também se encontraram na residência oficial também a pretexto de discutir reforma política, fora da agenda. Essa reunião ocorreu na véspera da escolha de Raquel Dodge como nova procuradora-geral da República e da sessão do Supremo que validou a delação da JBS.
A nota divulgada pelo Planalto neste sábado é uma resposta a matérias publicadas nos últimos dias que indicam que Temer apoia a criação de um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões para financiar as campanhas eleitorais e a instituição do voto majoritário para as eleições de deputado e vereador, o chamado “distritão”.
Nesse caso, os eleitos serão aqueles parlamentares que obtiverem a maior votação, até que todas as vagas sejam preenchidas. Uma das principais críticas ao modelo, adotado em apenas quatro países, é que ele favorece os políticos com mandato, mais conhecidos do eleitorado.
De acordo com reportagem deste sábado do jornal O Estado de S. Paulo, o governo apoia a destinação de recursos de emendas para a criação desse fundo eleitoral, alternativa defendida por políticos diante da proibição do financiamento empresarial.
Publicidade<< Reforma política: deputados aprovam fundo de R$ 3,6 bilhões, modelo “distritão” e fim dos vices
<< Fundo fixo de R$ 3,6 bi para campanhas é “muito grave”, diz Maia: “Sociedade não concorda com esse valor”
Deixe um comentário