A revelação do caso, em 2007, levou Renan a renunciar à presidência do Senado para não perder o mandato. O peemedebista foi absolvido em plenário, em votação secreta, duas vezes pelos colegas. De lá para cá, o senador viveu um breve período de discrição. Voltou aos holofotes em 2009, quando assumiu a liderança do PMDB. Em 2013, retornou à presidência da Casa e, no ano passado, renovou esse mandato por mais dois anos.
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Caberá agora ao presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, incluir a denúncia na pauta do plenário. Os ministros vão decidir, em plenário, se Renan responderá como réu à ação penal, processo que pode resultar na condenação, ou se ficará livre, de imediato, da acusação. Não há prazo para que o julgamento ocorra.
Lewandowski foi o primeiro relator do inquérito, mas deixou parte dos processos de seu gabinete ao assumir a presidência da corte. Fachin assumiu o trabalho no fim de junho, pouco após ser empossado como ministro. A papelada soma mais de 5.600 folhas.
Pelo mesmo episódio, o senador também é alvo de ação por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal na 14ª Vara Federal do Distrito Federal. Ele é acusado de enriquecer ilicitamente e de forjar documentos para comprovar recursos. Segundo o Ministério Público, a Mendes Junior pagou pelo menos R$ 246 mil para Mônica Veloso.
O presidente do Senado responde, ainda, a outros seis inquéritos abertos para apurar seu envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato.
PublicidadeO caso
Em 2007, Renan foi acusado por Mônica Veloso, sua ex-amante, de usar dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para pagar suas despesas com a pensão da filha e o aluguel da jornalista. Para comprovar que tinha condições de arcar com os gastos sozinho, o senador apresentou notas fiscais de vendas de bois. Mas a Polícia Federal apontou que aqueles documentos não garantiam recursos para quitar a pensão. Também afirmou que os papéis não comprovavam a venda de gado. Havia a suspeita que as notas eram frias.
A acusação causou uma grave crise no Senado em 2007. A Mendes Junior – apontada como fonte de recursos de Renan para pagar a pensão da jornalista – executou uma obra no Nordeste que recebeu uma emenda do senador na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
As denúncias multiplicaram-se no Conselho de Ética, chegando até mesmo a uso de laranjas para esconder a propriedade de veículos de comunicação em Alagoas, o que é proibido aos parlamentares segundo a Constituição. Das seis denúncias no Conselho, duas foram ao plenário. Mas Renan escapou duas vezes da cassação do mandato. Entretanto, teve que renunciar ao cargo de presidente para garantir a sobrevida política.
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