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A família Perrella nega envolvimento com o caso, diz que foi traída pelo piloto, que havia pedido autorização para realizar um frete em São Paulo, e reclama de perseguição política. Liderados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), representantes de 15 sindicatos querem saber se a cota parlamentar de Gustavo foi usada para abastecer o helicóptero para serviço particular.
“Um deputado é proprietário de um veículo em que foi apreendida quase meia tonelada de cocaína e usou verba pública em frete particular. A empresa é a mesma envolvida na fraude da merenda escolar. Houve malversação de dinheiro público e uma CPI faria uma apuração rigorosa”, critica a presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Denilson Martins, a Assembleia Legislativa precisa se posicionar sobre o assunto. “Houve queda de decoro parlamentar, no mínimo. É inadmissível que os deputados continuem em silêncio”, critica. Segundo ele, é preciso apurar se os envolvidos estão associados ao crime organizado.
Comissão de Ética
A instalação de uma CPI precisa do apoio de 25 dos 77 deputados estaduais mineiros. O presidente da Comissão de Ética da casa, Sebastião Costa (PPS), defende que a investigação continue a ser feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Para ele, não há necessidade de instalação de uma CPI para apurar o caso. Segundo ele, a Comissão de Ética já solicitou esclarecimentos a Gustavo Perrella sobre o uso da verba indenizatória para o abastecimento do helicóptero. Caso seja comprovada a utilização indevida do recurso, o parlamentar estará sujeito a sanções como advertência verbal ou perda de mandato.
Contra as drogas
O deputado estadual e o senador Zezé Perrella negam qualquer ligação com o tráfico de drogas. Em discurso feito na tribuna do Senado na última terça-feira (3), o senador disse estar enojado com a cobertura jornalística sobre o caso e que chega a pensar em abandonar a política. Segundo ele, parte da imprensa foi “sacana” com seu filho ao associá-lo ao transporte da droga. “Mas a imprensa, quando não quer entender, quer ver sangue, quer massacrar. Meu filho não conhece sequer droga. Tanto eu como meu filho lutamos contra as drogas”, declarou o senador.
Segundo ele, a responsabilidade pelo transporte da droga é do piloto, que trabalhava para seu filho, e do copiloto. O pedetista também negou haver irregularidade no uso de dinheiro público na compra de combustível para o helicóptero.
Segundo Perrella, tanto ele quanto o filho fizeram uso legal da cota parlamentar. “Temos nossa verba indenizatória, que pode ser usada para comprar passagem aérea e abastecer aeronave, dentro da cota que nós temos para atividade parlamentar. Meu filho usou durante o ano inteiro R$ 14 mil para abastecer. O último ressarcimento que ele teve foi em outubro. Sugeriram que esse voo da droga, esse voo maldito, foi feito com dinheiro público. Eu como senador já abasteci também. Usei R$ 14 mil o ano inteiro, podia usar R$ 20 mil por mês. Se tiver errado, que se mude o regimento”, afirmou.
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