O PR conquistou dez novos integrantes durante o período da janela partidária, criada pela Emenda Constitucional 91. Por outro lado, perdeu três deputados: Marcos Soares (RJ) e Francisco Floriano (RJ) foram para o DEM e Lincoln Portela (MG) migrou para o PRB.
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Presidido pelo deputado Alfredo Nascimento (AM), em outubro o partido completará dez anos. Em 2011, a sigla ganhou visibilidade com as atividades de seu então secretário-geral, Valdemar Costa Neto (SP), condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção do mensalão. Além de Valdemar Costa Neto, que hoje cumpre a pena em prisão domiciliar, outros colegas de partido também foram condenados por envolvimento no escândalo: Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (partido que se uniu ao Prona e deu origem ao PR), e o ex-deputado Carlos Alberto Rodrigues (RJ).
Quantitativamente, a janela partidária não provocou grandes mudanças no quadro do partido da presidente Dilma. No entanto, a única perda registrada foi significativa. Odorico Monteiro (CE) deixou o PT e migrou para o Pros. O deputado ficou conhecido por seu envolvimento com a implantação do programa Mais Médicos, quando foi secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2014.
Mas a legenda vinha perdendo deputados aos poucos. Logo após as eleições de 2014, o PT tinha a maior bancada na Câmara, com 68 deputados. Hoje, são 59. O maior partido passou a ser o PMDB, que em 2014 elegeu 66 deputados e agora conta com 65.
O terceiro lugar no ranking das maiores bancadas da Câmara é dividido pelo PP e PSDB, ambos com 48 deputados. No início da atual legislatura, em fevereiro de 2015, o PP tinha 38 representantes no Congresso, enquanto o PSDB possuía 54, demonstrando que a principal agremiação oposicionista também encolheu.
PublicidadeApós o troca-troca partidário, o PSD figura como a quinta maior bancada de deputados. Em decorrência de questões regionais, o partido perdeu quatro e ganhou seis membros no Congresso. A bancada contava com 36 parlamentares eleitos em 2914 e, hoje, soma 34.
PMB, o “partido-trampolim”
O período da janela partidária mostrou a vocação de “partido-trampolim” do Partido da Mulher Brasileira, que teve o registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em setembro de 2015. Com oferta de acesso a recursos do fundo partidário, espaço no horário partidário e comando de diretórios locais, o PMB chegou a ter 21 representantes na Câmara, quatro vezes mais parlamentares do que a Rede Sustentabilidade, criada por Marina Silva.
No período de migração de partidos estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares de 12 legendas – das mais diferentes correntes ideológicas – ajudaram a compor a bancada do novo partido. Deputados de partidos da base governista, como PT e PMDB, e oposicionistas, como SD e PV, deixaram de lado as diferenças em nome da “valorização social, moral, profissional e política da mulher”, segundo a propaganda da legenda.
A identificação com as bandeiras da legenda não durou muito. Hoje, apenas dois deputados permanecem no PMB: o líder, Welinton Prado (MG) e Fábio Ramalho (MG). O PMB foi o mais afetado pela última onda de troca-troca partidário. Perdeu 15 representantes – incluindo as únicas duas mulheres, Brunny (MG) e Dâmina Pereira (MG), que migraram para o PR e o PSL, respectivamente.Também deixou de ter assento no Senado. O único senador do partido, Hélio José (DF), anunciou na última semana sua filiação ao PMDB. Hélio José, que era suplente do atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB), ficou conhecido ao anunciar a filiação ao PMB com um discurso nada feminista. No Senado, porém, não cabe falar em janela partidária, já que ocupantes de cargos majoritários – como senador, governador ou prefeito – podem, de acordo com a estranha jurisprudência brasileira, mudar de partido a hora que quiserem, sob o pressuposto de que o partido só é “dono” do mandato de políticos eleitos pelo critério proporcional, no qual prevalece a soma dos votos de cada agremiação ou coligação de agremiações (vereador e deputado).
Pros, o “partido-ônibus”
Criado em setembro de 2013, o Partido Republicano da Ordem Social (Pros) passou por um momento de euforia, quando inchou sob a influência dos irmãos Ciro e Cid Gomes. Os ventos mudaram após a saída do ex-ministro e do ex-governador do Ceará para o PDT. Seis deputados deixaram a sigla durante a janela partidária. Entre eles, o próprio líder, Givaldo Carimbão (AL), que decidiu migrar para o PHS. Outros três parlamentares passaram a integrar os quadros do Pros.
Carimbão, que foi o primeiro congressista a assinar a ficha do Pros em 2014 e logo se tornou o líder de uma bancada de 21 deputados, concluiu que não havia mais condições políticas de continuar na sigla por incompatibilidade política com o presidente da legenda, Eurípedes Júnior. O Pros, que nas eleições de 2014 elegeu 12 deputados federais, viu sua bancada minguar para nove congressistas no ano passado e hoje conta apenas com cinco.
Veja a tabela com o resultado do troca-troca partidário:
DEPUTADO | UF | ORIGEM | DESTINO |
Abel Mesquita Jr. | RR | PMB | DEM |
Adalberto Cavalcanti | PE | PTdoB | PTB |
Adelson Barreto | SE | PTB | PR |
Ademir Camilo | MG | PROS | PTN |
Alberto Fraga | DF | DEM | PP |
Alexandre Baldy | GO | PSDB | PTN |
Alexandre Valle | RJ | PMB | PR |
Alfredo Kaefer | PR | PSDB | PSL |
Altineu Côrtes | RJ | s/partido | PMDB |
André Abdon | AP | PRB | PP |
André Fufuca | MA | PEN | PP |
Antônio Brito | BA | PTB | PSD |
Antonio Carlos Mendes Thame | SP | PSDB | PV |
Antônio Jácome | RN | PMN | PTN |
Ariosto Holanda | CE | PROS | PDT |
Arthur Maia | BA | SD | PPS |
Assis Couto | PR | PMB | PDT |
Beto Salame | PA | s/partido | PP |
Brunny | MG | PMB | PR |
Carlos Henrique Gaguim | TO | PMB | PTN |
Christiane de Souza Yared | PR | PTN | PR |
Dâmina Pereira | MG | PMB | PSL |
Delegado Edson Moreira | MG | PTN | PR |
Delegado Waldir | GO | PSDB | PR |
Domingos Neto | CE | PMB | PSD |
Dr. Jorge Silva | ES | PROS | PHS |
Dr. Sinval Malheiros | SP | PMB | PTN |
Edio Lopes | RR | PMDB | PR |
Eliziane Gama | MA | Rede | PSB |
Eros Biondini | MG | PTB | Pros |
Expedito Netto | RO | SD | PSD |
Ezequiel Teixeira | RJ | PMB | PTN |
Fausto Pinato | SP | PRB | PP |
Francisco Chapadinha | PA | PSD | PTN |
Francisco Floriano | RJ | PR | DEM |
Givaldo Carimbão | AL | PROS | PHS |
Hiran Gonçalves | RR | s/partido | PP |
Jair Bolsonaro | RJ | PP | PSC |
José Augusto Curvo | MT | PDT | PSD |
José Carlos Araújo | BA | PSD | PR |
Jozi Araújo | AP | PTB | PTN |
Juscelino Filho | MA | PMB | DEM |
Kaio Maniçoba | PE | PHS | PMDB |
Laudívio Carvalho | MG | PMDB | SD |
Leonidas Cristino | CE | PROS | PDT |
Lincoln Portela | MG | PR | PRB |
Lindomar Garçon | RO | PMDB | PRB |
Luiza Erundina | SP | PSB | Psol |
Macedo | CE | PSL | PP |
Mainha | PI | SD | PP |
Major Olímpio | SP | s/ partido | SD |
Marcelo Álvaro Antônio | MG | PMB | PR |
Marcelo Matos | RJ | PDT | PHS |
Marcos Rogério | RO | PDT | DEM |
Marcos Soares | RJ | PR | DEM |
Missionário José Olímpio | SP | PP | DEM |
Odorico Monteiro | CE | PT | Pros |
Pastor Eurico | PE | PSB | PHS |
Ricardo Teobaldo | PE | PMB | PTN |
Ricardo Izar | SP | PSD | PP |
Rôney Nemer | DF | PMDB | PP |
Silas Câmara | AM | PSD | PRB |
Stefano Aguiar | MG | PSB | PSD |
Valtenir Pereira | MT | PMB | PMDB |
Vicente Arruda | CE | PROS | PDT |
Vicentinho Junior | TO | PSB | PR |
Victor Mendes | MA | PMB | PSD |
Uldurico Junior | BA | PTC | PV |
Toninho Wandscheer | PR | PMB | Pros |
William Woo | SP | PV | PP |
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