Dez dos 13 senadores sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras estão aptos a participar da sabatina do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta quarta-feira (26). Desses, oito são titulares e devem votar pela recondução ou não do procurador-geral da República ao cargo. Janot é o responsável pelo pedido de investigação no Supremo contra esses parlamentares. Sua aprovação depende da maioria dos votos na CCJ e, depois, no plenário do Senado.
Os oito titulares da comissão sob suspeita, segundo o próprio Janot, são: Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Edison Lobão (PMDB-MA), Benedito de Lira (PP-AL), Ciro Nogueira (PP-PI), Humberto Costa (PT-PE), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Antonio Anastasia (PSDB-MG). Pelas regras da comissão, apenas os titulares devem participar da votação.
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Como suplentes do colegiado, Fernando Collor (PTB-AL) e Lindbergh Farias (PT-RJ) terão direito a questionar o procurador-geral, mas não de participar da votação, que é secreta.
Único senador denunciado pela Procuradoria-Geral da República até agora, Collor é o maior desafeto de Janot. O ex-presidente manobrou para participar da sabatina. Como líder do partido, ele destituiu Douglas Cintra (PTB-PE) da suplência e tomou o posto do petebista na semana passada.
Na última segunda-feira (24), o senador chamou Janot de “sujeitinho à toa” e “fascista”. O petebista já xingou Janot de “filho da puta” em plenário. Collor só poderá votar o parecer elaborado pela comissão em caso de ausência de algum titular do mesmo bloco. O senador, no entanto, já elaborou um voto em separado, relatório em que se posiciona contra a recondução de Rodrigo Janot ao comando da PGR.
Com recomendação positiva ou negativa, o parecer da CCJ será encaminhado à tribuna do Senado para apreciação dos senadores.
A partir daí, Janot precisa conquistar o voto da maioria da Casa, 41 senadores. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já declarou que se esforçará para conseguir colocar a indicação de Janot em pauta no mesmo dia da sabatina.
Também investigado no âmbito do Supremo por suposto envolvimento no esquema de desvios da estatal, Renan disse que os senadores devem analisar o nome do procurador-geral da República com “normalidade” e “responsabilidade”.