“A informação do presidente [Sarney] é a seguinte: isso é falso. Ele não considera verdadeiro esse vídeo, que está no contexto dessa sujeira que foi a internet na campanha eleitoral. São calúnias, campanhas de desconstrução de imagem, de desmoralização, de destruição de reputações, esse esgoto que virou a internet. Ainda mais na campanha no Amapá, que foi muito dura, muito suja, com máquina pública sendo usada a torto e a direito”, disse ao Congresso em Foco um dos assessores do ex-presidente.
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A assessoria diz também que Sarney não sabe dizer se o vídeo é uma montagem, mas lembra que o senador é “um dos principais aliados” das gestões petistas desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, em 2003. Entre as evidências de que Sarney é “eleitor” de Dilma, declarou a assessoria, está o artigo publicado hoje (quarta, 29) na Folha de S.Paulo (“O futuro do presente”, na seção Tendências e Debates) e o fato de o Maranhão, estado em que Sarney fez carreira política, ter sido o estado em que Dilma teve melhor desempenho no segundo turno (78,76% dos votos válidos). “É uma infâmia esse tipo de divulgação. Os fatos desmontam essa farsa”.
No momento em que registrou seu voto, Sarney tem um adesivo em que se lê “Dilma 13” na lapela do terno. No vídeo, o cinegrafista focaliza a mão que seria de Sarney digitando 45, número de urna de Aécio Neves. Nesse instante, que não vai ao ar na reportagem, o dedo indicador que seria de Sarney aparece trêmulo, inicialmente apontando para a tecla 1. Depois de certa hesitação, há a escolha no 45 e, em seguida, pressiona-se a tecla confirma.
Veja em um dos vídeos postados hoje (quarta, 29) no Youtube:
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Nas eleições deste ano, alguns atritos entre o PT e o PMDB, em nível estadual, estremeceram as relações da aliança, com reflexos já em curso no Congresso. No Amapá, o PT se manteve contra a candidatura do governador eleito Waldez Góes, apoiado por Sarney, seu padrinho político. Durante o pleito, Waldez tentou receber o apoio da vice-governador do estado, Dora Nascimento (PT), mas não conseguiu. Presidente do PT no estado, Joel Banha bancou a manutenção da aliança de primeiro turno, em que o partido apoiou o candidato à reeleição Camilo Capiberibe (PSB), derrotado por Waldez no segundo turno.
Sarney também esperou, em vão, que a executiva nacional do PT interferisse na estadual com objetivo de impedir que Dora deixasse a disputa ao Senado. Com apenas uma vaga em jogo, vencida por Davi Alcolumbre (DEM), Sarney queria abrir ao máximo o caminho para a eleição de Gilvam Borges (PMDB), que entrou no pleito porque Sarney desistiu de disputar a reeleição.
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