Com 13 votos, o suplente de deputado federal Rogério Rosso (PMDB) acaba de ser eleito governador do Distrito Federal, no primeiro turno da eleição indireta na Câmara Legislativa. O antes favorito Wilson Lima (PR), ex-presidente da Casa, ficou apenas em terceiro, com quatro votos.
Ele perdeu até para o candidato do PT, Antônio Ibañez, que obteve seis votos: os da bancada petista e dos distritais Reguffe (PDT) e Eliana Pedrosa (DEM).
Rosso vai exercer um mandato tampão até 31 de dezembro, quando passará o governo para o candidato a ser eleito pela população na disputa de outubro. Sua vice é a ex-deputada Ivelise Longhi (PMDB), arquiteta e secretária de Habitação na gestão de Joaquim Roriz.
Rosso veio de Minas Gerais para Brasília a convite de Joaquim Roriz entre o final de 2003 e o início de 2004. Sua missão era dirigir a Agência de Desenvolvimento Econômico e tocar o audacioso projeto do trem bala entre a capital federal e Goiânia. A ideia morreu – até um trem com maior potencial de passageiros entre Rio e São Paulo também não teria viabilidade econômica –, mas ele continuou forte na gestão Roriz.
Rosso assumiu a administração de Ceilândia, a maior cidade do Distrito Federal. De lá, saiu candidato a deputado federal em 2006 pelo PMDB, mas ficou apenas como suplente. Quando José Roberto Arruda (DEM) ganhou as eleições no primeiro turno daquele ano, resolveu partilhar o poder com peeemedebistas que o apoiaram na disputa que dividiu o grupo de Roriz à época.
Em 2007, já na gestão Arruda, Rosso assumiu a poderosa Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), que antes era dirigida por Durval Barbosa Rodrigues.
Durval comandou a estatal como uma empresa que intermediava contratos de informática entre o GDF e empresas de tecnologia. Segundo o Ministério Público, superfaturamentos escondiam um esquema de corrupção já na gestão Roriz.
Rosso assume a Codeplan dizendo que a empresa não ia atuar mais na área de informática, mas apenas de pesquisas – uma espécie de IBGE brasiliense. Paralelamente, Durval vai para a Secretaria de Relações Institucionais do governo Arruda e mantém foro especial para responder a seus processos na Justiça.
Em 2009, Durval entrega à Polícia Federal e ao Ministério Público vídeos e presta depoimentos que mostram que, no governo Arruda, existia um esquema de corrupção baseado na entrega de propina por empresários. O dinheiro iria parar no bolso de deputados distritais – alguns que votaram hoje, inclusive. A revelação das imagens e do inquérito da Operação Caixa de Pandora resulta no fim da era Arruda em Brasília – o governador é preso e afastado do comando da capital, depois é cassado por infidelidade partidária e seu vice, Paulo Octávio, renuncia ao cargo.
O Ministério Público sustenta que o esquema de corrupção iniciado na gestão Roriz se perpetuou na administração de Arruda e Paulo Octávio.
Os principais resultados
Rogério Rosso (PMDB) – 13 votos
Antônio Ibañez – 6 votos
Wilson Lima (PR) – 4 votos
Abstenção – 1 voto
Luiz Filipe (PTB) – nenhum voto
Veja aqui como cada deputado distrital votou
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