Uma denúncia apresentada pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), confronta a tese de que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), não tinha conhecimento das atividades ilegais realizadas por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No seu depoimento, o tucano disse que não tem relação de proximidade com o bicheiro e que não pode ser responsabilizado por “diálogos de terceiros”. Perillo presta depoimento na comissão desde 10h30 na condição de testemunha.
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De acordo com o relator, a denúncia relatava interferências de Cachoeira no Departamento de Trânsito (Detran) do estado, comandado na época por Edivaldo Cardoso, amigo de Cachoeira. O petista disse que Perillo tomou conhecimento através de uma denúncia anônima recebida no gabinete do governo goiano em abril de 2011. Isso ocorreu dez dias antes de Perillo jantar com o contraventor na casa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Perillo afirmou não ter conhecimento sobre o teor da denúncia, mas irá buscar informações sobre o encaminhamento que foi dado. Ele informou ainda que todas as denúncias anônimas ou apócrifas que chegam ao seu gabinete são automaticamente encaminhadas à Controladoria-Geral do Estado para apuração. O tucano afirmou ainda, que não tem informações sobre o encaminhamento dado à denúncia.
Antes da apresentação do documento, Perillo afirmou nunca ter recebido qualquer tipo de denúncia contra a atuação de Edivaldo Cardoso. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Cardoso fazia parte da cota de Cachoeira nas indicações para cargos públicos. Perillo negou ter recebido qualquer pedido do bicheiro ou de alguém do seu grupo. “Nesse caso não teve indicação nem de Cachoeira, nem de Demóstenes. Foi uma escolha minha porque eu queria modernizar o Detran, e isso está sendo feito”, disse.
O governador acrescentou ainda que Edivaldo foi escolhido porque o PTdoB por ser o terceiro partido a apoiar a candidatura de Perillo na eleição de 2010. “Num momento em que as forças todas de Goiás e do Brasil tentavam me isolar politicamente e, num gesto de gratidão e pela sua qualificação, resolvi convidá-lo para assumir a presidência do Detran. Edivaldo nunca, em tempo algum, me apresentou qualquer pedido de interesses ou de favorecimento a qualquer empresa ou pessoas”, afirmou.
Segundo o relator da CPMI, a denúncia anônima informa que Cachoeira estaria “armando esquema para ganhar de forma fraudulenta todos os sistemas controlados pelo Detran” e que o caso poderia “enlamear” o governo goiano.
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