O PT ingressou, nesta segunda-feira (23), com representações nas corregedorias do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) para apurar a responsabilidade pelos vazamentos de dados da Operação Lava Jato, que investiga um megaesquema de corrupção na Petrobras.
O partido também ingressou com representações civil e criminal contra o ex-gerente de Serviços da Estatal Pedro Barusco. Ele acusou a legenda de ter recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina, fruto de contratos superfaturados da Petrobras.
Segundo os advogados do PT, tanto o MPF quanto a PF devem zelar pelo sigilo das investigações. Eles classificaram como extremamente grave a divulgação do depoimento de Barusco, ocorrido no início de fevereiro, no qual ele detalha como o PT, por meio do seu tesoureiro João Vaccari Neto, recebeu até U$$ 200 milhões de empreiteiras integrantes do cartel da Petrobras.
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“Ao verificar a ocorrência de vazamento seletivo de informações sigilosas surgem fortes indícios da intenção premeditada de prejudicar o Partido dos Trabalhadores, realizando indevido uso político das investigações, utilização, obviamente, não autorizada por lei”, afirmam os advogados nas petições.
Os advogados petistas também pedem nas representações que o processo investigatório da Lava Jato ocorra a partir do ano de 1995. “Não se justifica que a linha de investigação esteja concentrada em apurar os supostos fatos ocorridos apenas no período pós 2010; enquanto o Sr. Pedro José Barusco Filho denuncia o pagamento de propina desde o ano de 1.995”, alegam os advogados do PT.
Novo depoimento
PublicidadeAo mesmo tempo em que os advogados do PT pedem que as investigações da Operação Lava Jato também apurem fatos relacionados aos dois governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC), eles também requerem que Barusco apresente provas sobre o depoimento prestado à Justiça Federal.
A ideia do partido é processá-lo criminalmente por falsidade ideológica caso ele não apresente provas de que a legenda recebeu, de fato, U$$ 200 milhões do esquema de corrupção na Petrobras. “É enormemente perceptível que as declarações prestadas pelo interpelado (Pedro Barusco) foram ofensivas à honra objetiva do interpelante, implicando no possível cometimento de crime contra a honra”, sentenciam os advogados do PT.
Na semana passada, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou Barusco como “bandido” após a divulgação da íntegra do depoimento em que o ex-diretor de Serviços da Petrobras prestou à Justiça Federal do Paraná. “Embora não reste dúvidas quanto à hostilidade das palavras prolatadas pelo interpelado, há real possibilidade de se aferir a prática de crime de calúnia, difamação ou ambos, dependendo do que declarar o interpelado”, declaram os advogados do PT nas representações contra Barusco.
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