Reportagem – é o aprofundamento de uma notícia ou o mergulho em um fato importante, mesmo que não seja recente, em busca de revelações exclusivas. A reportagem, na acepção aqui utilizada, está no universo do “jornalismo investigativo”, que remete ao esforço para tornar públicos fatos relevantes que autoridades ou pessoas poderosas gostariam de manter ocultos. Uma boa reportagem requer pesquisas intensas, entrevistas com grande diversidade de fontes, reiteradas checagens e cuidado especial na apresentação do conteúdo final, que pode trazer complementos como vídeos, infográficos, mapas e painéis de visualização de dados. Também deve trazer – ou, no mínimo, tentar obter – as explicações de quem pode ter sua imagem arranhada pela sua publicação.
Casagrande diz que indicação de Fernando Coelho Filho para ministério foi pessoal, e não do partido
Dono da sexta maior bancada no Congresso, o PSB confirmou neste sábado (20), por unanimidade, o desembarque do governo Michel Temer. O partido do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, decidiu romper com o presidente, passar à oposição e pedir a renúncia do peemedebista. A legenda tem 35 deputados e 7 senadores. O PSB também resolveu apoiar a proposta de emenda à Constituição do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que prevê eleição direta em qualquer hipótese, para a eventual substituição de Temer.
A decisão foi divulgada após reunião da Executiva Nacional em Brasília. A direção espera agora que o ministro Fernando Coelho Filho entregue o cargo. O pai dele, o senador Fernando Coelho (PE), que integra a Executiva, não participou da reunião. O PSB é o terceiro partido a deixar a base governista desde que foram revelados trechos da delação de dirigentes do grupo JBS. O Podemos (ex-PTN) e o PPS, com bancadas menores, também já deixaram Temer.
Ex-governador do Espírito Santo, o secretário-executivo do partido, Renato Casagrande, afirmou que não há outro caminho para o ministro a não ser deixar o governo imediatamente. “O convite a ele (para o ministério) foi pessoal. O PSB nunca fez indicação de ministério. Não o vetamos, mas não fizemos essa indicação”, disse Casagrande ao Congresso em Foco. Segundo ele, o comando partidário não chegou a discutir uma punição caso Fernando Coelho Filho, que é deputado federal, não deixe a pasta. “O presidente Michel Temer não tem mais condições de continuar no cargo”, acrescentou.
O apoio a Temer sempre dividiu o PSB. O presidente do partido, Carlos Siqueira, defende há meses o rompimento com o governo. A legenda chegou a fechar questão contra as reformas da Previdência e tributária na Câmara. Mas a orientação acabou contestada por parte da bancada de deputados, quase metade deles votou a favor das mudanças na legislação trabalhista.
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Veja a íntegra da resolução do partido aprovada neste sábado:
“COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL
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RESOLUÇÃO POLÍTICA Nº 002/2017
O PSB FRENTE À CRISE POLÍTICA NACIONAL
O Brasil vivencia neste exato momento o ponto culminante de uma crise, que se iniciou em meados de 2013 e que representa seguramente um dos maiores desafios da história republicana. A escala do problema que se apresenta aos brasileiros pode ser medida pelo valor de uma única variável ̶ mais de 14 milhões de desempregados.
É essencialmente em favor da população, portanto, que as soluções para a crise devem ser encontradas e, é pensando nela, que agentes políticos e instituições partidárias devem se apresentar diante do país, com propostas objetivas, que tragam em si a marca da urgência de superarmos o flagelo de quase três anos de recessão, crise social e desemprego em massa.
Esta é a situação fática que se apresenta ao Presidente Michel Temer, tendo sido alcançado por um processo de investigação, cuja duração e amplitude não são facilmente determináveis.
A imensa tensão entre a urgência que aflige a população, em busca de melhoria de suas condições de vida, e a incerteza quanto à demora e resultados do julgamento que atingirá o Presidente da República ̶ que não podem ser dissipados a curto prazo ̶ lhe toma de forma irremediável as rédeas da governabilidade, fenômeno cuja natureza é estritamente político.
É inevitável, nestas circunstâncias, que o sistema político e a sociedade civil, até mesmo para preservar níveis mínimos de coesão, se ponham em busca de soluções, emergindo neste contexto o que seria a alternativa mais simples e natural, ou seja, a grandeza da renúncia, quando se caracteriza o esgotamento da governabilidade.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), por meio de sua Comissão Executiva Nacional, reconhecendo a gravidade da crise e sabedor de sua responsabilidade no encaminhamento de soluções para sua superação, DECIDIU POR UNANIMIDADE:
I. Defender a tese de que o Presidente Michel Temer deve apresentar sua renúncia, como forma de acelerar a solução da crise de governabilidade, já instalada.
II. Em não ocorrendo a renúncia ̶ que é ato personalíssimo ̶ , ou apresentando-se qualquer circunstância que interrompa seu mandato, pautar-se em sua atuação política, seja no parlamento, seja junto à sociedade civil, segundo o mais estrito respeito à Constituição Federal, sempre com o propósito de reconstruir uma nova governabilidade, em diálogo com as demais forças políticas e sociedade civil, de forma a criar as condições que permitam superar a crise atual e contribuir para a elaboração de um projeto duradouro de desenvolvimento.
III. Apoiar a proposição de Emenda à Constituição (PEC), que contempla a realização de eleições diretas, compreendido aqui o fechamento de questão favorável à iniciativa legislativa, que dará aos parlamentares do Partido condições para atuar em sua defesa, com todos intrumentos próprios ao processo legislativo.
IIII. Referendar a iniciativa do presidente nacional do Partido, que já subscreveu documento, em que é solicitado o impeachment do presidente Michel Temer.
Brasília-DF, 20 de maio de 2017
CARLOS SIQUEIRA
Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro-PSB”
Edson Sardinha
Diretor de redação. Formado em Jornalismo pela UFG, foi assessor de imprensa do governo de Goiás. É um dos autores da série de reportagens sobre a farra das passagens, vencedora do prêmio Embratel de Jornalismo Investigativo em 2009. Ganhou duas vezes o Prêmio Vladimir Herzog. Está no site desde sua criação, em 2004.
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