Conhecido como “o advogado dos políticos”, por causa de sua extensa e influente carteira de clientes, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, rebateu o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima que, em publicação no Facebook, o mandou tomar “vergonha na cara” devido às críticas que fez contra o juiz Sérgio Moro. Em nota enviada ao Congresso em Foco, Kakay acusa o procurador de usar o “Facebook como maneira de intimidação” e de “desonrar” o Ministério Público.
“As grandes vantagens e conquistas da Lava Jato, que eu não me canso de enumerar, não podem fazer com que os excessos não sejam denunciados, discutidos. Acharam que eram deuses e heróis e que não deviam satisfação a nada e a ninguém. Os que eles acusam podem agir assim? Ele se acostumaram a ter a mídia 100% o seu lado e se perderam no excesso de espetacularização e na acusação sem limite”, disse o advogado.
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A polêmica entre os dois começou após Kakay compartilhar uma mensagem em que comentava nota publicada pela colunista Monica Bergamo na Folha de S.Paulo sobre a acusação feita por advogado que trabalhou para a Odebrecht de que outro advogado Carlos Zucolotto Jr., – padrinho de casamento de Moro e ex-sócio da mulher do juiz – de intermediar negociações paralelas da Lava Jato. A acusação foi feita por Rodrigo Tacla Duran, que, apesar de ter tido sua prisão decretada na Lava Jato, está na Espanha. Ele tem dupla cidadania.
Em sua defesa, Moro disse que era “lamentável que a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira [Tacla Duran] seja utilizada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça”. Kakay, então, questionou o argumento do magistrado. “O juiz diz que não se deve dar valor à palavra de um ‘acusado’, opa, isto é rigorosamente o que ele faz ao longo de toda a operação”, criticou.
Carlos Fernando foi ao Facebook e disparou contra o advogado: “Kakay diz que Sérgio Moro deveria ser preso em decorrência das fantasias de um livro de um réu foragido, cujos trechos foram publicados em uma coluna social. Mesmo considerando os flexíveis limites éticos do ‘autoproclamado melhor advogado do país’, desta vez Kakay foi longe demais. O que cabe aqui é simplesmente lhe dizer: ‘Tome vergonha na cara’”.
Kakay nega ter dito que o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, deveria ser preso e disse “não pensar assim”. “Basta ler o que escrevi. Logo desnecessária a agressão pessoal deste procurador. Ele está sendo acusado. Eu dou a ele o benefício da dúvida. Eu não acusei ninguém, comentei as acusações dando a ele o pressuposto da presunção de inocência, que ele e sua turma negam a todos”.
Na nota enviada ao Congresso em Foco, o advogado diz que trabalhou pela autonomia e independência do Ministério Público. “Não poderíamos prever os que usurpariam o prestígio do MP, e usariam estes poderes de forma pusilânime e autoritária. A estes a história mostrara a verdadeira face”, rebateu, sem citar nomes. Advogado de políticos e empresários investigados na Operação Lava Jato, Kakay tem realizado duras críticas públicas ao que chama de “República de Curitiba”.
Leia íntegra da nota do advogado Kakay:
“Um procurador, midiático, usando a rede social,faz uma agressão pessoal a mim e não responde aos fatos postos. Eu nunca disse que o Dr Moro deveria ser preso, até porque não penso assim. Basta ler o que escrevi. Logo, desnecessária a agressão pessoal deste procurador. Ele está sendo acusado. Eu dou a ele o benefício da dúvida. Eu não acusei ninguém, comentei as acusações dando a ele o pressuposto da presunção de inocência, que ele e sua turma negam a todos. Não fiz critica generalizada pois respeito profundamente o Ministério Público. Modestamente ajudei e trabalhei para a sua completa independência que tanto bem faz ao pais e a democracia. Claro que não poderíamos prever os que usurpariam o prestígio do MP, e usariam estes poderes de forma pusilânime e autoritária. A estes a história mostrara a verdadeira face.
Me recuso a responder ofensas pessoais, pareceria uma ” resposta” a instituição do MP, a quem eu sempre rendo minhas homenagens. Não me dou tanta importância para usar facebook para ofender as pessoas. Nem facebock tenho. Tenho ao meu lado a verdade: é necessário investigar todos os fatos. As grandes vantagens e conquistas da Lava Jato, que eu não me canso de enumerar, não podem fazer com que os excessos não sejam denunciados, discutidos. Acharam que eram deuses e heróis e que não deviam satisfação a nada e a ninguém. Os que eles acusam podem agir assim? Eles se acostumaram a ter a mídia 100% ao seu lado e se perderam no excesso de espetacularização e na acusação sem limite.
Não acusei ninguém, tenho o vício da defesa, mas apontar a necessidade de discutir os evidentes excessos é um dever meu. Este procurador, que desonra o MP, ao usar o facebook como maneira de intimidação, de forma ridícula, nem mereceria resposta, mas eu o faço em homenagem a um MP que orgulha o país e ao qual a advocacia respeita, elogia e reverencia.”
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