O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, disse que não há qualquer referência a oferta de contrapartidas para que o caso do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) pudesse ser caracterizado como corrupção ou lavagem de dinheiro.
Em entrevista ao Globo, Luciano afirmou que não havia indícios contra o governador além da suspeita do crime de caixa dois ao justificar sua recomendação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o caso fosse remetido à Justiça eleitoral, livrando o tucano da Lava Jato.
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A relatora, ministra Nancy Andrighi, determinou a remessa dos autos de Alckmin à primeira instância da Justiça eleitoral. Conforme delação da Odebrecht, o ex-governador recebeu R$ 10 milhões da empreiteira em 2010 e 2014.
“A questão é simples. As referências ao então governador Geraldo Alckmin (na delação da Odebrecht) foram no sentido de que teria recebido contribuição para campanhas eleitorais, e tais recursos não teriam sido declarados à Justiça Eleitoral. A investigação se deu sobre esses fatos. Não havia elementos para ir além disso”, disse o vice-procurador ao Globo.
A saída do processo do STJ se deu depois de Alckmin renunciar ao mandato de governador a tempo de se candidatar, conforme exigência da legislação eleitoral, à Presidência da República. “A competência, sendo então governador, era do STJ. Deixando de ser governador, é do juízo eleitoral do lugar onde o fato (declaração de prestação de contas) se deu”, continuou o procurador.
Na entrevista, o vice-procurador-geral da República minimizou seu parentesco com outra liderança da oposição, o senador José Agripino (DEM-RN), também investigado na Lava Jato. “Sou testemunha, em várias gestões de PGRs, do modo ético e republicano com que sempre se houve nas relações institucionais.” Agripino é réu desde dezembro do ano passado, acusado de receber propina de empreiteira na construção da Arena das Dunas, estádio construído em Natal para a Copa do Mundo de 2014.
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