A deputada afirma que a posição da bancada não afeta as negociações, já que a palavra final será dada pela Executiva Nacional, e não pelas representações na Câmara e no Senado. “Reforço que a negociação para a fusão das duas siglas está mantida nos termos até agora avalizados pela Executiva Nacional do PTB e que os prazos ajustados com o DEM serão mantidos”, afirmou, por meio de nota.
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As cúpulas dos dois partidos pretendiam concluir a fusão em dois meses, mas enfrentam resistências internas, o que deve, pelo menos, adiar os seus planos. Dos 25 deputados e três senadores petebistas, apenas Cristiane e o deputado Benito Gama (PTB-BA), vice-presidente do PTB, defenderam na reunião promovida ontem pelas bancadas do partido no Congresso a imediata unificação. Os demais apoiaram adiar a discussão para setembro, para ouvir as bases, e manter a participação da legenda no governo.
Os líderes do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), e no Senado, Fernando Collor (AL), são contrários à mudança. O ministro Armando Monteiro Neto (PTB), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, avisou que deixará o partido caso seja aprovada a união com o DEM. Ele já flerta com o PDT.
“Respeitamos a posição dos nossos amigos do DEM, mas entendemos ser precipitada a discussão sobre fusão de partidos neste quadro de desenlaces dos graves problemas nacionais”, afirma Jovair. O deputado alega que a bancada entende que é preciso aguardar os encaminhamentos da reforma política antes de tomar esse tipo de decisão.
Pelo lado do Democratas, a maior resistência vem do líder da bancada no Senado, Ronaldo Caiado (GO), que ameaça deixar a legenda caso a fusão, que é articulada pelo presidente José Agripino Maia (RN), seja concretizada. Um dos opositores mais radicais do governo Dilma, Caiado considera inadmissível a união de um partido governista (PTB) com outro oposicionista (DEM).
PublicidadeFilha do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Cristiane deverá ser a presidente da nova sigla, cujo nome deverá ser PTB-14, como defende a petebista, ou PTB-25, como reivindicam integrantes do DEM, para manter o número de registro eleitoral. Segundo a assessoria de Cristiane, a nova legenda não será governo nem oposição, mas “independente” em relação ao governo federal.
Para Caiado, a fusão entre os dois partidos representará o “enterro” da “direita” na política brasileira. “É hora do Democratas colher os frutos pela resistência que nos fez a verdadeira oposição ao PT. No momento em que mais e mais pessoas se identificam e se engajam com nossa causa, a fusão hoje representaria não só o enterro do último resquício de coerência ideológica da direita no país. Representaria o enterro da própria representação da direita na política brasileira”, afirmou o líder do DEM, ao comemorar a posição da bancada do PTB.
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Líder no Senado, Caiado ameaça deixar o DEM por fusão com o PTB
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