“Nós não temos acordo com o Eduardo Cunha. O que há são relações institucionais enquanto ele presidir a Casa. O compromisso do Partido dos Trabalhadores é com a democracia. Confio em que nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissibilidade”, registrou Falcão.
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O colegiado está reunido neste momento para decidir o destinho de Cunha, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras, sob acusação de lavagem de dinheiro e corrupção. O peemedebista também foi acusado de ter mentido à CPI da Petrobras, em março, ao afirmar que jamais teve conta secreta no exterior – investigações do Ministério Público da Suíça revelaram que Cunha não só tem contas no país em seu nome como movimentou, por meio delas, milhões em dólares e francos suíços. Investigadores da Lava Jato apontam que os valores são resultado de propina desviadas de contratos da petrolífera.
Depois de iniciada a reunião do colegiado, metade da bancada do PT na Câmara distribuiu aos deputados presentes um manifesto em defesa da continuidade do processo contra Cunha. “Devemos nos manifestar firmemente contra qualquer tentativa do deputado Eduardo Cunha de se utilizar do cargo de presidente para beneficiar sua própria defesa, em detrimento dos interesses da sociedade brasileira. O deputado Eduardo Cunha tem revelado, diuturnamente, a falta de qualquer pudor em utilizar sua posição de direção da Câmara Federal em proveito próprio, inclusive promovendo e patrocinando o cancelamento de sessão do Conselho de Ética, atacando instituições e praticando toda sorte de chantagens”, registra o documento.
A manifestação de Rui Falcão é uma resposta às notícias sobre um movimento, nos bastidores, para que Cunha fosse beneficiado no Conselho e, em contrapartida, não avalizasse processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira afirma que Cunha ameaçou deflagrar os procedimentos de afastamento presidencial caso o PT não ajude a salvar seu mandato no Conselho de Ética. De acordo com a matéria, petistas que sinalizavam votar contra Cunha discutem a possibilidade de, “em nome da governabilidade”, rever a posição e votar para enterrar o processo de cassação.
Ainda segundo a reportagem, a ameaça de Cunha foi feita em almoço com o vice-presidente, Michel Temer. Conforme o relato feito pela Folha, o deputado disse que esperaria a posição dos três petistas que participam do Conselho de Ética para, então, decidir o que fazer com os pedidos de impeachment. Temer e Cunha negaram ter discutido o assunto.
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