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Relatado pela PF na última sexta-feira (22), o inquérito da Custo Brasil já foi enviado para o devido exame por parte da Justiça Federal. A partir do indiciamento, o Ministério Público Federal estudará os autos do inquérito para decidir se denuncia Paulo Bernardo e outros investigados pela Custo Brasil.
O ex-ministro já havia sido preso em 23 de junho, acusado de receber R$ 5,6 milhões em propina, mas teve habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), seis dias depois. A suspeita da PF é que o dinheiro era movimentado por meio de esquema que envolveu a Consist, empresa de software contratada em 2010, primeiro ano de Paulo Bernardo no Planejamento, para administrar contratos daquele tipo de empréstimo junto a entidades bancárias e da Previdência. Segundo as investigações, a Consist cobrava taxa quatro vezes além do valor então praticado no mercado.
Desdobramento da Pixuleco II, uma das fases da Lava Jato, a Custo Brasil descobriu em agosto de 2015 a trama dos consignados, cujos desvios serviram para financiar campanhas eleitorais, segundo as investigações. Mulher de Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) não é alvo direto da Custo Brasil, mas já está sob investigação no STF por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela PF na Petrobras. Segundo delação premiada do doleiro Alberto Youssef, um dos condenados por corrupção na petrolífera, a campanha da petista ao Senado foi reforçada em R$ 1 milhão com dinheiro ilícito.
A advogada criminalista Verônica Abdalla Sterman, que defende Paulo Bernardo, nega a prática de irregularidades. “O ex-ministro Paulo Bernardo reitera que não participou ou teve qualquer ingerência na celebração ou manutenção do acordo de cooperação técnica celebrado autonomamente entre a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e as associações de Bancos e Previdência (ABBC e SINAPP). Também reitera que não recebeu qualquer quantia da Consist, direta ou indiretamente”, declarou Verônica, por meio de nota.
Na última semana, o próprio Paulo Bernardo negou ter sido beneficiário de propina no esquema dos empréstimos consignados, em depoimento à PF. Ainda segundo o ex-ministro, não havia contrato entre a Consist e o Planejamento durante sua gestão à frente da pasta.
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