A Polícia Federal encontrou impressões digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) no apartamento onde foram apreendidos R$ 51 milhões atribuídos ao peemedebista. Para os investigadores, a identificação das digitais de Geddel reforça a suspeita de que ele é o dono do dinheiro. As informações são do jornal O Globo.
Em depoimento à PF, o empresário Silvio Silveira confirmou ser o dono do imóvel e disse que o emprestou ao ex-ministro, que havia alegado necessidade de espaço para guardar pertences de seu pai, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, já falecido.
“A informação que a gente tem é que esse apartamento teria sido emprestado supostamente para colocar pertences do pai do ex-ministro Geddel. E quando nós fomos lá, nos deparamos com o dinheiro. Na verdade, teria sido uma desculpa que ele (Geddel) usou para obter o apartamento emprestado”, declarou o superintendente da Polícia Federal na Bahia, Daniel Madruga.
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A fortuna estava distribuída em malas e caixas no apartamento. Após 14 horas de contagem em máquinas, a PF concluiu que havia ali R$ 42.643.500 e US$ 2.688.000. Feita a conversão, a quantia apreendida totaliza R$ 51.030.866,40. É a maior apreensão de dinheiro em espécie da história do país.
Prisão domiciliar
O dinheiro foi localizado em uma ação de busca e apreensão da Operação Tesouro Perdido, desdobramento da Operação Cui Bono. Geddel cumpre prisão domiciliar há quase dois meses no apartamento dele, em Salvador, sem monitoramento eletrônico.
Na Cui Bono, Geddel é suspeito de ter recebido cerca de R$ 20 milhões em propina de empresas em troca da liberação de financiamentos na Caixa Econômica Federal (CEF). Ele foi vice-presidente de Pessoa Jurídica entre 2011 e 2013, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
A descoberta do dinheiro complica a situação de Geddel, que está em prisão domiciliar na Bahia, acusado de obstrução da Justiça. O ex-ministro, que virou réu em 22 de agosto, foi denunciado por tentar atrapalhar as investigações sobre o desvios no FI-FGTS, o fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, no período em que foi vice-presidente da Caixa. Segundo a acusação, ele tentou impedir o doleiro Lúcio Funaro de fazer delação premiada.
Em 3 de julho, o ex-ministro chegou a passar dez dias no Complexo Penitenciário da Papuda, antes de ter a prisão domiciliar autorizada. De acordo com nota do Ministério Público Federal, o objetivo de Geddel era evitar que Funaro e o ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) firmassem acordo de delação premiada. O ex-ministro é acusado de oferecer vantagens indevidas, além de “monitorar” o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo.
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